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Esporte

Tost�o

Eu vi

Contra o Atl�tico-MG, o S�o Paulo jogou no ritmo do Palmeiras, ante o Libertad, e do Galo no Independ�ncia

Eu vi muitos dos maiores craques do futebol. Joguei na mesma �poca de v�rios e ao lado de alguns, como o maior de todos, Pel�.

Antes da Copa de 1966, em Caxambu, sul de Minas, o Cruzeiro fez um jogo-treino com o Brasil. Atuei contra meu time. Tinha 19 anos e iniciava minha carreira na sele��o. Meu pai foi ver o jogo, e o apresentei a Pel�. Ele chorou. � raro um plebeu conhecer pessoalmente um rei. Quando algu�m me elogia e diz ao filho quem fui, fala que joguei ao lado de Pel�. Sinto-me orgulhoso.

Eu vi Garrincha. Antes do Mundial de 1966, o Brasil fez um jogo- -treino contra uma fraqu�ssima equipe de oper�rios da Su�cia. Eu era reserva. Garrincha pegava a bola, a poucos metros do banco, e driblava o marcador s� com o olhar. Eu e a torcida mais pr�xima n�o par�vamos de rir. Por causa desse jogo, Garrincha foi escalado no Mundial. N�o tinha condi��es. Driblava, mas n�o sa�a do lugar. Era o fim de um g�nio, o Charles Chaplin do futebol.

Eu vi o russo Yashin, o maior goleiro de todos os tempos. Em 1971, fui convidado para o jogo de sua despedida, em Mil�o. No outro dia, almocei no Milan, com os jogadores e os dirigentes. Todos os atletas tomaram vinho. Queriam me contratar, mas dependia do fim da proibi��o de importar jogadores. Isso n�o ocorreu. Por pouco, mudava toda minha vida.

Eu vi Beckenbauer, Baresi e Nilton Santos, tr�s dos maiores defensores da hist�ria. Os tr�s jogavam sem sujar o cal��o. Beckenbauer foi o �nico espetacular l�bero, pois era craque, ao mesmo tempo, como zagueiro de sobra e como jogador de meio-campo. Nilton Santos foi a Enciclop�dia do Futebol.

Eu vi os melhores armadores e atacantes do mundo. N�o vou cit�- -los, porque, certamente, deixaria alguns de fora. Hoje, vejo Messi, Cristiano Ronaldo, Xavi, Iniesta, Neymar, que ainda n�o � do grupo dos maiores, mas tem grandes chances de estar, brevemente. Pela habilidade e efeitos especiais, Neymar tem um estilo mais pr�ximo de Maradona e de Ronaldinho Ga�cho. Messi, pela concis�o e precis�o, lembra mais Zico e Pel�.

Eu vi o S�o Paulo, contra o Atl�tico-MG, repetir o ritmo alucinante do Palmeiras, contra o Libertad. � o que o Galo faz no Independ�ncia. Isso s� � poss�vel em casa, pois � essencial a participa��o numerosa, apaixonada e solid�ria da torcida. Quando o time, ra�udo e em casa, perde, costuma apelar para a viol�ncia, como na partida entre Huachipato e Gr�mio.

O futebol sul-americano, principalmente o de fora do Brasil (entre clubes, e n�o entre sele��es), est� cada dia mais violento. As pessoas, aos poucos, se acostumam e n�o percebem a gravidade. Por isso, pela pouca qualidade t�cnica e por tantas trapa�as, fora de campo, diminui, cada vez mais, o n�mero de torcedores que t�m prazer em ver futebol.


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