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Show de ra�a

H� tempos, no Brasil, na m�dia das partidas, existe mais show de ra�a do que show de futebol

Quem assistiu, na �ntegra, � vit�ria sobre o Libertad ficou impressionado com o ritmo alucinante do Palmeiras e com a rela��o apaixonada entre os 37 mil torcedores e os jogadores.

Por minha psicologia de botequim, houve uma catarse, uma explos�o de sentimentos contidos, adormecidos no fundo da alma. Assim como ocorre nas trag�dias, quando as pessoas ficam extremamente comovidas e solid�rias com as v�timas, atletas e torcedores do Palmeiras querem levantar o time, abra��-lo intensamente e coloc�-lo em seu lugar. Isso j� ocorreu com v�rios outros times, que passaram pela mesma situa��o.

O show de ra�a, como disse um rep�rter, � uma situa��o de emerg�ncia, adequada para o modesto time do Palmeiras. Pode funcionar em um jogo, dois e at� durante todo um torneio curto, como na Copa do Brasil, na Libertadores e na Copa do Mundo. N�o d� � para fazer disso uma rotina, pois, al�m de n�o ser poss�vel tecnicamente, foge � normalidade e torna o futebol mais uma guerra do que um jogo de t�cnica e de talento.

H� anos, ocorre algo parecido no futebol brasileiro, sem a intensidade do que acontece hoje com o Palmeiras. Existe uma grande valoriza��o da garra, do confronto f�sico, em detrimento do jogo bem jogado. Sempre que um time perde, dizem que faltou ra�a. Adoram express�es como "time guerreiro", "sangue na veia", "sangue nos olhos". Essa excessiva agressividade, pr�xima da viol�ncia, � um dos motivos da queda do futebol brasileiro. H� mais show de ra�a do que de futebol.

Jogar com vontade � t�o essencial que nem deveria ser discutido. Nelson Rodrigues disse que quem ganha � a alma. Parafraseando Fernando Pessoa, penso que quem ganha � o talento, desde que a alma n�o seja pequena.

Hoje � dia de Libertadores. Espero que sejam jogos vibrantes e de boa qualidade. O S�o Paulo bobeou contra o Arsenal e, agora, est� em uma situa��o dif�cil. Enfrenta o Atl�tico-MG, o melhor time da competi��o. N�o bobeou porque faltou ra�a. Bobeou porque n�o tem mais Lucas, os laterais e os zagueiros s�o apenas razo�veis, Luis Fabiano vive suspenso, e o t�cnico n�o define se escala Jadson e Ganso ou se repete o esquema anterior. Hoje, n�o ter� Jadson e Luis Fabiano, os melhores do time.

Gr�mio e Fluminense correm riscos. O Gr�mio, por tantos bons jogadores contratados, deveria estar melhor. O Fluminense n�o tem a mesma efici�ncia do ano passado.

O Corinthians, j� classificado, descansa. Como muitos veteranos retornaram ao Brasil para ser destaques em suas equipes, esperava- -se que o jovem Pato, uma celebridade mundial, se tornasse o astro do time. O tempo passa, e Pato continua na reserva. Quando entra, joga bem, por�m no n�vel dos outros. A expectativa era muito maior.


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