São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2005

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Data de julgamento do ex-ditador Saddam Hussein continua incerta

DA REDAÇÃO

Mais de um ano após a prisão do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, a data de seu julgamento permanece incerta. Segundo o plano original dos americanos, o julgamento do ex-ditador e de 11 de seus aliados mais próximos deveria ocorrer num prazo de seis meses, mas a instabilidade política e a insegurança generalizada no país têm dificultado a condução de Saddam ao banco dos réus.
Preso por tropas americanas em 13 de dezembro de 2003, sem oferecer a prometida "resistência até a morte", Saddam foi -e ainda é- mantido em local não revelado. Após a prisão, não ocorreu -conforme esperava o serviço de inteligência dos EUA- o arrefecimento da insurgência. Ao contrário, após a captura do ex-ditador as ações violentas aumentaram exponencialmente.
Segundo Malek Hassan, ministro da Justiça do governo interino do Iraque, o atual quadro de insegurança e de incerteza política não é o adequado para se levar adiante um julgamento de monta como o de Saddam, que é acusado, entre outras coisas, de conduzir uma campanha de limpeza étnica contra os curdos e executar milhares de opositores políticos durante seus 30 anos no poder.
Para Hassan, o fato de o julgamento ocorrer após as eleições, podendo assim ser monitorado diretamente pela autoridade legislativa eleita, conferirá real legitimidade ao processo.
No início deste mês Saddam pôde pela primeira vez manter contato com a equipe de 25 advogados responsável por sua defesa perante o Tribunal Especial Iraquiano, estabelecido pelas forças da coalizão em dezembro de 2003.
Em julho de 2004 Saddam compareceu perante o tribunal, onde fez um depoimento curto, mas desafiador, no qual questionou a legitimidade do juiz, dizendo que ele trabalha para "os invasores".

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