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A CAMPANHA
Renan Calheiros considera que houve erros na campanha no rádio e na televisão; comando da frente do "não" evita o "já ganhou"
"Sim" ainda torce, mas não vê sinal de virada
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Senado e da
frente parlamentar Brasil sem Armas -favorável à proibição do
comércio de armas de fogo e munição-, Renan Calheiros
(PMDB-AL), afirmou que, apesar
de "torcer por uma virada" do
"sim", não vê nenhum "indicativo de que isso possa acontecer".
A afirmação foi feita na manhã
de ontem, quando o senador soube que a pesquisa Datafolha
apontou uma vantagem em favor
do "não" de 57% dos votos válidos contra 43% para o "sim".
Mesmo dizendo que ainda mantém uma esperança de vitória do
seu grupo, Calheiros considera
que erros na campanha de rádio e
televisão foram decisivos para a
desvantagem na pesquisa.
A eleição de hoje termina com
uma disputa que ocupou 20 dias
de programação gratuita de rádio
e televisão -do dia 1� a 20 de outubro-, opôs duas frentes parlamentares e dividiu opiniões. Mais
do que isso, serviu para o "não",
que defende a manutenção do comércio de armas de fogo e munição no país, passar à frente do
"sim", segundo as pesquisas.
Em uma delas, divulgada pelo
Datafolha em 1� de agosto, 80%
dos entrevistados se disseram favoráveis à proibição. Mas, com os
programas no ar, a frente parlamentar Pelo Direito da Legítima
Defesa viu o número de simpatizantes do "não" crescer e a campanha de seus adversários entrar
em crise, decidindo trocar de comando às vésperas do referendo.
Avaliou-se, no comando do
"sim", que a estrágia de basear a
campanha no depoimento de artistas passou para o eleitor uma
imagem festiva que acabou por
afetar a própria a credibilidade.
Ontem, o deputado Alberto
Fraga (PFL-DF), presidente da
frente do "não", evitou dizer que
o referendo está decidido, apesar
da vantagem. "Foi em razão do "já
ganhou" que eles tinham [no início], que perderam".
Em comum, os dois grupos
apostam no boca-a-boca para obter o voto dos indecisos ou reverter algumas posições. O deputado
Raul Jungmann (PPS-PE), da
frente do "sim", disse "que os indecisos podem definir para um
ou para outro lado. Vamos para
às ruas, para o corpo-a-corpo".
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