São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005

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A CAMPANHA

Renan Calheiros considera que houve erros na campanha no rádio e na televisão; comando da frente do "não" evita o "já ganhou"

"Sim" ainda torce, mas não vê sinal de virada

VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Senado e da frente parlamentar Brasil sem Armas -favorável à proibição do comércio de armas de fogo e munição-, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que, apesar de "torcer por uma virada" do "sim", não vê nenhum "indicativo de que isso possa acontecer".
A afirmação foi feita na manhã de ontem, quando o senador soube que a pesquisa Datafolha apontou uma vantagem em favor do "não" de 57% dos votos válidos contra 43% para o "sim". Mesmo dizendo que ainda mantém uma esperança de vitória do seu grupo, Calheiros considera que erros na campanha de rádio e televisão foram decisivos para a desvantagem na pesquisa.
A eleição de hoje termina com uma disputa que ocupou 20 dias de programação gratuita de rádio e televisão -do dia 1� a 20 de outubro-, opôs duas frentes parlamentares e dividiu opiniões. Mais do que isso, serviu para o "não", que defende a manutenção do comércio de armas de fogo e munição no país, passar à frente do "sim", segundo as pesquisas.
Em uma delas, divulgada pelo Datafolha em 1� de agosto, 80% dos entrevistados se disseram favoráveis à proibição. Mas, com os programas no ar, a frente parlamentar Pelo Direito da Legítima Defesa viu o número de simpatizantes do "não" crescer e a campanha de seus adversários entrar em crise, decidindo trocar de comando às vésperas do referendo.
Avaliou-se, no comando do "sim", que a estrágia de basear a campanha no depoimento de artistas passou para o eleitor uma imagem festiva que acabou por afetar a própria a credibilidade.
Ontem, o deputado Alberto Fraga (PFL-DF), presidente da frente do "não", evitou dizer que o referendo está decidido, apesar da vantagem. "Foi em razão do "já ganhou" que eles tinham [no início], que perderam".
Em comum, os dois grupos apostam no boca-a-boca para obter o voto dos indecisos ou reverter algumas posições. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), da frente do "sim", disse "que os indecisos podem definir para um ou para outro lado. Vamos para às ruas, para o corpo-a-corpo".


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