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SUA CARREIRA
Especialistas dizem que efeitos de técnicas não convencionais dependem de seriedade no planejamento
Firmas usam até mágica para treinar equipe
DA REPORTAGEM LOCAL
Esqueça o auditório da empresa
e as sonolentas apresentações
multimídia, seguidas de explicação do palestrante. À caça de novas maneiras para incentivar a
motivação dos colaboradores, as
empresas vêm investindo em treinamentos nada convencionais.
Vale tudo, de aulas de teatro a
truques de mágica, passando por
apresentações de jazz e espetáculos circenses. Observando as opções adotadas pelo mercado, a
impressão que se tem é que qualquer atividade pode render analogias com a vivência corporativa.
"As técnicas têm de ser usadas
não porque são novidade, mas
porque trazem um determinado
resultado", observa Paulo Celso
de Toledo Jr., sócio da consultoria
de RH Konsult. "Tem de ser aplicado no momento certo e necessariamente deve haver, após o
treinamento, uma preocupação
em correlacionar a atividade com
os objetivos da empresa."
As comparações com o universo empresarial envolvem temas
como improviso, tomada de decisões, liderança, reação a desafios e
melhoria de relacionamento interno, entre outros. À frente dos
novos treinamentos estão empresas especializadas, que encontraram um filão a ser explorado.
Na Vicunha Têxtil, ilusionismo
é a receita adotada para combater
fatores negativos como estresse e
baixa auto-estima. "Cuidar das
emoções dos funcionários é fundamental para mantê-los motivados", explica a psicóloga organizacional Meiry Kamia, 31, sócia-diretora da Kamia Eventos.
Kamia concebeu um método
batizado de Kamia Training, que
combina técnicas de espetáculo
como o ilusionismo a atividades
lúdicas com brinquedos como
parede de escalada e tobogã.
"Tentamos trabalhar menos o
lado racional e mais o emocional", enfatiza ela.
Na Whaton do Brasil, um "pocket show" de jazz serviu para
construir uma metáfora entre
empresa e orquestra e gerência e
regência. O Jazz Up é conduzido
pelo grupo musical Zimbo Trio.
"Na música, é preciso lidar com
imprevistos de forma criativa. Essa visão é a contribuição que podemos dar às empresas que visitamos", comenta o músico Amilton
Godoy, integrante do trio.
Espetáculo
Já Pizza Hut e Spoleto, ambas do
ramo alimentício, recorreram ao
teatro como ferramenta para
"destravar" os funcionários. O resultado da inovação veio na melhora do atendimento.
"É um curso rápido, com três
módulos de quatro horas. Experimentamos em uma loja e agora
vamos levar às outras unidades",
diz o diretor de comunicação da
Pizza Hut Reinaldo Zani, 32.
"Foi uma experiência que melhorou minha autoconfiança na
hora de conversar com os clientes.
Também me ajudou a rever meus
pontos fortes e fracos", analisa a
assistente de marketing Anna Carolina Salles, 22, que participou
do programa da Pizza Hut.
Para a consultora de RH Denise
Hind Kamel, da Selectus, é uma
forma lúdica e até caricata de destacar posturas positivas e negativas. "No caso de uma apresentação circense, o condutor do treinamento vai pôr em primeiro plano a importância do planejamento e do treinamento, já que, sem
eles, tudo pode dar errado."
E é justamente o circo que a
Onity, do ramo de segurança eletrônica, quer como parceiro.
"Buscávamos um treinamento diferente, e vi que outras empresas
usaram o picadeiro para incentivar o trabalho em equipe, exatamente nosso objetivo", conta Monica Judite de Souza Barranco, 39.
"Ainda estamos pesquisando,
mas o circo demonstra muito
bem essa idéia da importância do
trabalho do grupo no resultado."
Pegando carona no modismo
do esporte radical, a Base 84 usa
uma fazenda como cenário para
treinamento ao ar livre. "O que
oferecemos é a chance de tirar o
funcionário do escritório e levá-lo
a um lugar mais despojado, com
uma roupa diferente. Isso promove uma quebra na hierarquia que
leva ao descobrimento de novas
lideranças", comenta o sócio-proprietário Gilberto Tarantino, 42.
(TATIANA DINIZ)
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