São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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FORMAÇÃO

Treinamento dado pelo Senac inclui desde aulas de culinária até noções de informática

Já existe até curso para doméstica


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Empregada competente sabe lavar, passar, arrumar e cozinhar bem, certo? Errado. Já foi o tempo em que essas eram as únicas exigências para ser considerado um bom profissional doméstico.
Qualificação comprovada, familiaridade com o uso de modernos eletrodomésticos e até noções de informática são alguns dos novos requisitos solicitados.
Por isso o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) abriu, em São Paulo, um curso de capacitação em serviços domésticos, com três meses de duração.
"O mercado está muito mais exigente. O profissional tem de ser capaz e criativo", afirma Marly Reis, 40, técnica de desenvolvimento profissional do Senac.
A primeira turma, com 50 alunos, começou a ter aulas na última terça-feira. O programa inclui desde oficinas de culinária e aulas teóricas sobre apresentação pessoal e relacionamento profissional até noções de computação.
"Cozinho bem e sei fazer tudo, mas não adianta. As agências querem logo saber se você fez algum curso", diz a aluna Sônia Vitorino, 45, doméstica desde os 14 anos e desempregada há dois meses.
O curso atraiu, inclusive, homens. Certo de que a capacitação vai melhorar sua vida, o ex-metalúrgico Cláudio Gouveia, 45, diz estar ansioso para aprender. "Com um certificado na mão, fica mais fácil conseguir emprego."
Segundo Dejanira Pereira, 44, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de São Paulo, a qualificação acaba se tornando um obstáculo na hora de batalhar uma vaga. "Tanto que passaremos a oferecer cursos de especialização ainda neste ano."
Para os patrões, a cobrança de capacitação é consequência direta da profissionalização das atividades. "O empregador tem de cumprir encargos. Logo, vai cobrar qualidade. Afinal, é duro pagar para ensinar", afirma Margareth Carbinato, 46, presidente do Sindicato dos Empregadores Domésticos do Estado de São Paulo.
"A saída é a capacitação", afirma a psicóloga e consultora de recursos humanos Luciana Gregori, que atua em uma rede multinacional de agências de emprego.


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