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SUA CARREIRA
Competitividade e sobrecarga levam à proliferação de "personagens" no trabalho
Profissional deve afastar-se de estereótipos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quem não conhece, na empresa
em que trabalha, alguém que seja
famoso por achar-se o sabichão
da turma? Ou, ainda, o tradicional
"caxias", que faz questão de acender e apagar as luzes do escritório,
sem esquecer-se, é claro, de dar
uma "passadinha rápida" no serviço durante o fim de semana?
Motivos diversos, como sobrecarga de atividades e competitividade, têm sido apontados como
os responsáveis pela proliferação
de personagens desse tipo nas
organizações.
Muitas empresas, entretanto, já
perceberam que os funcionários
estereotipados podem tornar-se
uma pedra no meio dos negócios
-o que coloca em risco a carreira
não só dos que apelam para tal
imagem mas também dos que estão no mesmo grupo daqueles.
Foi o caso do engenheiro mecânico Pedro (nome fictício), contratado por uma indústria de fundição para integrar uma equipe
cujo gerente acabara de assumir o
posto -que não era da sua área
de especialidade. "Ele dizia que
sabia tudo, mas jogava os problemas nas costas dos colegas. E ainda tínhamos de cuidar para que
não fizesse besteira." A saída, conta o engenheiro, foi demitir-se.
Segundo o professor da FGV
(Fundação Getulio Vargas) de
São Paulo Cláudio Tomanini, todo profissional adota, em maior
ou menor grau, uma postura que
atrapalha o alcance de resultados.
"É uma tentativa de minimizar as
próprias responsabilidades." Segundo ele, cada um deve esforçar-se para perceber e corrigir seus
defeitos antes que seja tarde.
Na avaliação de especialistas, o
acentuado corte de pessoal ocorrido nos últimos anos é um dos
principais motivos que levaram
os profissionais a adotar estereótipos no trabalho. "A sobrecarga
de tarefas faz com que muitos
percam o foco", explica a gerente
de mercado Cynthia Durand, da
Consultoria Integration.
Para o psiquiatra Roberto Shinyashiki, a proliferação dos personagens vem da contratação de
funcionários descomprometidos.
"A maioria das firmas tem pessoas incompetentes porque o sistema foi feito para preservá-las."
Mas, para a consultora Laís Passarelli, da Passarelli Consultores,
da área de seleção de executivos,
"esses estereótipos, como o dos
fechados para a inovação [caretas], estão fadados à extinção".
(DÉBORA DIDONÊ)
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