São Paulo, Domingo, 21 de Novembro de 1999
Texto Anterior | Índice

Chefe economiza na hora de elogiar

da Reportagem Local

"Parabéns, você fez um bom trabalho!". Quantas vezes você já ouviu essa frase de seu chefe ou alguma outra que tivesse a intenção de elogiar o trabalho que você tem realizado na empresa?
Se a sua resposta for "nenhuma", "uma" ou "poucas", você não está sozinho. Segundo consultores de RH, fazer um elogio aos funcionários não tem sido uma prática comum entre executivos e líderes de departamento.
Na análise de Elisa Carra, diretora de recursos humanos da Ernst & Young, a dificuldade de elogiar não está relacionada à posição hierárquica do profissional na empresa, mas, sim, às suas características pessoais
"Elogiar significa reconhecer o mérito do outro. Mas muitos pensam que o mérito é um só e que, ao passá-lo para o outro, ficarão sem nenhum", afirma Elisa.
Na opinião dela, o certo seria entender que o mérito pertence aos dois: ao chefe, por ter aquele profissional em sua equipe, e ao funcionário, por ter realizado bem aquela tarefa.
"Ainda existe a idéia de que o sucesso é uma obrigação do funcionário e que só o fracasso deve ser alardeado. Dessa maneira, um líder não conseguirá a confiança dos subordinados nem irá desenvolver um espírito de equipe entre os funcionários", diz Elisa.
Outros deixam de elogiar seus funcionários por se sentirem ameaçados. Têm medo de perder a posição que ocupam.
O bom líder, segundo Elisa, é aquele que tenta tirar o melhor do seu grupo e enxerga o poder de realização de cada um. "Para o funcionário, o reconhecimento do outro valida seu esforço, seu desempenho."
Ernesto Artur Berg, autor do livro "Manual do Chefe em Apuros", da editora Makron Books, afirma que não se deve economizar elogios quando o profissional merecer ouvi-los, por um trabalho bem feito ou por decisões acertadas que tomou. "Provoca um efeito positivo em todos."
Winston Pegler, presidente da consultoria Ray & Berndtson, também afirma que não há razões para ser econômico na hora de fazer elogios à equipe.
"O elogio deve ser feito em casos excepcionais, quando o desempenho for realmente bom. E, quando houver uma sucessão de êxitos, o elogio deve ser feito em todos eles", recomenda Pegler.
Para ele, essa é uma excelente ferramenta para que líderes consigam montar boas equipes e esperar bons resultados de seus funcionários. "É uma forma de motivar e mostrar que o profissional e o grupo estão indo no caminho certo." (LRA)

Texto Anterior: Professores desaprovam proposta
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.