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LEGISLAÇÃO
Projeto já aprovado no Senado permite que trabalhadores tirem descanso em até três etapas no ano
Câmara vota férias parceladas
LIA REGINA ABBUD
da Reportagem Local
Foi aprovado no Senado um
projeto de lei que permite o parcelamento do período de férias
superior a 20 dias em até três períodos durante o ano. Atualmente
os trabalhadores só podem tirar
as férias em uma etapa única.
Os próximos passos para que a
lei comece a vigorar são a votação
na Câmara dos Deputados e o encaminhamento para a sanção
presidencial.
A proposta é resultado do substitutivo apresentado pelo ex-senador Odacir Soares ao projeto da
deputada Rita Camata (PMDB-ES), que altera artigos da Consolidação das Leis do Trabalho.
Segundo o texto, o desdobramento das férias só poderá acontecer mediante acordo escrito, individual ou coletivo.
A proposta não se estende aos
trabalhadores menores de 18 anos
ou maiores de 50 anos. Nesses casos, continua sendo obrigatório
tirar o período de férias em uma
etapa única.
Será proposto na Câmara outro
projeto nesse sentido. O deputado Pedro Eugênio (PPS-PE), relator do projeto, promove, na próxima semana, uma audiência pública com a participação da Força
Sindical, da CUT (Central Única
dos Trabalhadores) e da CGT
(Confederação Geral dos Trabalhadores), entre outras.
Prós e contras
A flexibilidade na forma de
agendar as férias e a possibilidade
de ter mais de um descanso durante o ano são pontos que têm sido considerados positivos.
Aqueles que se mostraram contrários ao projeto alegam que um
período de dez dias, do ponto de
vista médico, não é suficiente para que o profissional realmente
possa descansar.
José Constantino de Bastos Júnior, advogado do sindicato das
empresas de serviços contábeis
do Estado de São Paulo (Sescon-SP), afirma que um dos problemas seria permitir que as empresas passem a obrigar os funcionários a parcelar as férias, quando o
objetivo é abrir essa possibilidade
(deixar como opcional).
"A maneira mais viável de levar
em consideração essa realidade é
somente permitir o parcelamento
por meio dos sindicatos."
Na opinião dele, as companhias
com um quadro de funcionários
mais "enxuto" seriam favorecidas
com o parcelamento das férias.
"Ter um profissional fora por
menos tempo não interfere tanto
na rotina da companhia. E, talvez,
com isso, a empresa não precise
contratar alguém para cobrir períodos de férias."
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