São Paulo, Domingo, 21 de Novembro de 1999
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LEGISLAÇÃO
Projeto já aprovado no Senado permite que trabalhadores tirem descanso em até três etapas no ano
Câmara vota férias parceladas

LIA REGINA ABBUD
da Reportagem Local

Foi aprovado no Senado um projeto de lei que permite o parcelamento do período de férias superior a 20 dias em até três períodos durante o ano. Atualmente os trabalhadores só podem tirar as férias em uma etapa única.
Os próximos passos para que a lei comece a vigorar são a votação na Câmara dos Deputados e o encaminhamento para a sanção presidencial.
A proposta é resultado do substitutivo apresentado pelo ex-senador Odacir Soares ao projeto da deputada Rita Camata (PMDB-ES), que altera artigos da Consolidação das Leis do Trabalho.
Segundo o texto, o desdobramento das férias só poderá acontecer mediante acordo escrito, individual ou coletivo.
A proposta não se estende aos trabalhadores menores de 18 anos ou maiores de 50 anos. Nesses casos, continua sendo obrigatório tirar o período de férias em uma etapa única.
Será proposto na Câmara outro projeto nesse sentido. O deputado Pedro Eugênio (PPS-PE), relator do projeto, promove, na próxima semana, uma audiência pública com a participação da Força Sindical, da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), entre outras.

Prós e contras
A flexibilidade na forma de agendar as férias e a possibilidade de ter mais de um descanso durante o ano são pontos que têm sido considerados positivos.
Aqueles que se mostraram contrários ao projeto alegam que um período de dez dias, do ponto de vista médico, não é suficiente para que o profissional realmente possa descansar.
José Constantino de Bastos Júnior, advogado do sindicato das empresas de serviços contábeis do Estado de São Paulo (Sescon-SP), afirma que um dos problemas seria permitir que as empresas passem a obrigar os funcionários a parcelar as férias, quando o objetivo é abrir essa possibilidade (deixar como opcional).
"A maneira mais viável de levar em consideração essa realidade é somente permitir o parcelamento por meio dos sindicatos."
Na opinião dele, as companhias com um quadro de funcionários mais "enxuto" seriam favorecidas com o parcelamento das férias.
"Ter um profissional fora por menos tempo não interfere tanto na rotina da companhia. E, talvez, com isso, a empresa não precise contratar alguém para cobrir períodos de férias."



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