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EMPRESA RESPONSÁVEL
Capacitação de desempregados beneficia imagem das companhias e a comunidade
Empresas buscam receita para a gestão responsável
Luana Fischer/Folha Imagem
![](https://cdn.statically.io/img/www1.folha.uol.com.br/../images/y2005012001.jpg) |
O estudante João Batista Martins fez do hobby sua profissão, com um curso gratuito de barman em uma distribuidora de bebidas |
Educação é o maior alvo de investimentos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
As empresas estão investindo
mais em capacitação de pessoas
de baixa renda e deficientes. Nada
de benevolência ou caridade.
Adotar o conceito de responsabilidade social faz bem à imagem e à
competitividade das companhias.
A pesquisa "A Iniciativa Privada
e o Espírito Público", do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada), realizada entre 98 e 99
no Sudeste do país, mostra que,
das 445 mil empresas entrevistadas, 43% das de grande porte financiam programas de educação.
Uma delas, a distribuidora de
bebidas Guiness UDV, lançou,
no ano passado, em parceira
com o Senac (Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial), um
curso de garçom e barman para
pessoas carentes que já formou
mais de 50 profissionais.
Na opinião de Cláudia de Souza,
48, diretora de assuntos externos,
a iniciativa só traz vantagens.
"Qualifica quem estava marginalizado, divulga a marca e aumenta
o prestígio perante os clientes."
O estudante João Batista Martins, 19, fez o curso e acabou transformando um passatempo em
profissão. "Gostava de ir a festas e
fazer batidas para os amigos. Encontrei o trabalho ideal", diz.
Lição de casa
Para o coordenador do curso de
responsabilidade social da ESPM
(Escola Superior de Propaganda
e Marketing), Marcos Lara, 42,
os empresários devem olhar para
as próprias empresas. "Ser responsável socialmente é primeiro
cuidar dos funcionários. Senão,
torna-se contraditório."
Nesse sentido, a pesquisa do
Ipea aponta que 62% das companhias entrevistadas têm programas ligados a alimentação, saúde,
qualificação profissional, educação e lazer de seus colaboradores.
As corporações perceberam o
crescimento da exclusão social,
diz o coordenador do Centro de
Educação Comunitária para o
Trabalho do Senac, Sérgio de Oliveira e Silva, 36. "Como obtêm lucros da sociedade, estão devolvendo a ela uma parte deles."
"A tecnologia está deixando os
trabalhadores de baixa renda para trás", analisa Gilberto Galan,
55, diretor de assuntos corporativos da Hewlett-Packard, que iniciou a montagem de espaços de
acesso a informática para educar
habitantes de comunidades carentes, sobretudo crianças.
A Cisco, empresa de soluções
para a internet, também investe
na mão-de-obra especializada
do futuro: começou a treinar,
gratuitamente, em São Paulo,
4.600 jovens carentes.
(LUIS RENATO STRAUSS)
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