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Boa divulgação é preocupação central
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um cuidado fundamental na
implantação dos benefícios flexíveis é a comunicação com os funcionários. Se eles vão ser responsáveis pela escolha de seus benefícios, é fundamental que estejam
bem informados sobre as opções
e saibam selecioná-las.
"O sistema é uma transferência
de responsabilidade que visa à redução do paternalismo", explica
Thais Blanco, da Hewitt Associates. "Portanto, na implantação, é
preciso que a divulgação seja muito bem-feita, para não gerar insegurança no funcionário."
O objetivo é que todos os empregados tenham o mesmo nível
de compreensão do sistema e de
satisfação. Mas o trabalho da comunicação é diferente para um
executivo e para os operadores de
fábrica, por exemplo. "Dependendo do nível, não adianta um
boletim informativo via web. É
preciso um totem na seção e alguém que apóie", afirma Blanco.
"Reunimos a alta gerência para
ver as expectativas de cada um em
relação ao programa e tiramos diretrizes", diz Carla Reno, da SAP.
Entre as conclusões, estavam a comunicação olho no olho, o uso
mínimo de e-mail e o envolvimento da família na decisão.
Como a empresa mantém 70%
do pessoal fora dos escritórios, foram necessárias 20 palestras e
áudio e videoconferências para alcançar a todos. Além disso, as secretárias foram treinadas para solucionar dúvidas e um manual foi
distribuído.
Cultura viciada
A operadora de TV por assinatura Sky usou diversos meios para
divulgar o sistema. O departamento de RH montou um call
center, fez palestras e disponibilizou-se para tirar dúvidas. As regras foram afixadas em murais e
publicadas na intranet. "A receptividade foi grande", lembra Fabiana Silveira, consultora de recursos humanos da empresa.
Angela Martinha, 28, analista de
pesquisas da operadora, teve dúvidas logo no início. "Usei um simulador que calcula quanto vou
gastar com cada benefício e quanto sobra no final", conta.
Jair Pianucci, da Hewlett Packard, relata que o processo educacional para implantação do sistema de benefícios flexíveis não é
fácil em função de um vício da
cultura brasileira. "Neste país, a
empresa dá os benefícios. O funcionário aceita e gosta, ou aceita e
reclama. Mas sempre aceita", diz.
Com a mudança, o empregado
passa a ser responsável pelo que
recebeu: se não gosta, não tem
com quem reclamar, a não ser
com ele mesmo.
(MI)
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