São Paulo, domingo, 10 de abril de 2005

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Boa divulgação é preocupação central

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um cuidado fundamental na implantação dos benefícios flexíveis é a comunicação com os funcionários. Se eles vão ser responsáveis pela escolha de seus benefícios, é fundamental que estejam bem informados sobre as opções e saibam selecioná-las.
"O sistema é uma transferência de responsabilidade que visa à redução do paternalismo", explica Thais Blanco, da Hewitt Associates. "Portanto, na implantação, é preciso que a divulgação seja muito bem-feita, para não gerar insegurança no funcionário."
O objetivo é que todos os empregados tenham o mesmo nível de compreensão do sistema e de satisfação. Mas o trabalho da comunicação é diferente para um executivo e para os operadores de fábrica, por exemplo. "Dependendo do nível, não adianta um boletim informativo via web. É preciso um totem na seção e alguém que apóie", afirma Blanco.
"Reunimos a alta gerência para ver as expectativas de cada um em relação ao programa e tiramos diretrizes", diz Carla Reno, da SAP. Entre as conclusões, estavam a comunicação olho no olho, o uso mínimo de e-mail e o envolvimento da família na decisão.
Como a empresa mantém 70% do pessoal fora dos escritórios, foram necessárias 20 palestras e áudio e videoconferências para alcançar a todos. Além disso, as secretárias foram treinadas para solucionar dúvidas e um manual foi distribuído.

Cultura viciada
A operadora de TV por assinatura Sky usou diversos meios para divulgar o sistema. O departamento de RH montou um call center, fez palestras e disponibilizou-se para tirar dúvidas. As regras foram afixadas em murais e publicadas na intranet. "A receptividade foi grande", lembra Fabiana Silveira, consultora de recursos humanos da empresa.
Angela Martinha, 28, analista de pesquisas da operadora, teve dúvidas logo no início. "Usei um simulador que calcula quanto vou gastar com cada benefício e quanto sobra no final", conta.
Jair Pianucci, da Hewlett Packard, relata que o processo educacional para implantação do sistema de benefícios flexíveis não é fácil em função de um vício da cultura brasileira. "Neste país, a empresa dá os benefícios. O funcionário aceita e gosta, ou aceita e reclama. Mas sempre aceita", diz.
Com a mudança, o empregado passa a ser responsável pelo que recebeu: se não gosta, não tem com quem reclamar, a não ser com ele mesmo. (MI)


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