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SUA CARREIRA
Poucos já customizam extras como plano de saúde e vale-refeição, mas flexibilização é apontada como certa
Empresas oferecem "benefício da dúvida"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sandra Libório, 35, coordenadora de marca da DuPont, é solteira e não tem filhos. Faz acupuntura e vai ao mesmo dentista há
dez anos. Ricardo Kazuo, 29, consultor da SAP (tecnologia), entrou
na companhia solteiro e casou-se
recentemente. Apesar dos perfis e
histórias de vida diferentes, eles
têm algo em comum: trabalham
em firmas que implantaram o sistema de benefícios flexíveis.
Com o objetivo de aumentar a
satisfação do funcionário em relação aos seus benefícios, dá-se a ele
a escolha dos itens que quer e do
valor a gastar em cada um deles.
"Antes, o trabalhador era visto
como um homem de 40 anos, casado, com filhos e provedor da família. Agora há mais jovens e mulheres", analisa Cláudia Briganti,
gerente de benefícios da DuPont.
Na prática, o esquema funciona
como a dieta dos pontos: o funcionário tem um crédito, de acordo com cargo e número de dependentes, e gasta-o com as opções
de um menu. Há variações de planos de saúde, seguros, vale-refeição e vaga na garagem da firma,
entre outras (leia quadro abaixo).
"O sistema aumenta a percepção do valor do pacote. A empresa
gasta tanto quanto antes, mas não
com o que não é importante para
o funcionário", avalia Thais Blanco, da Hewitt Associates Brasil.
Ricardo Kazuo, da SAP, reduziu
os planos odontológico e médico
e compensou aumentando o vale-alimentação. Agora que está casado, pensa em planos de saúde
com maior cobertura, para quando tiver filhos. Já Sandra Libório,
da DuPont, deu ênfase a um plano
médico que cobrisse seus interesses. "Adicionei medicina preventiva, já que faço acupuntura e
massagens, e um plano odontológico com reembolso", conta.
Nem tão flexível
Se a lógica do conceito é simples, a aplicação não é tão fácil.
"Nossa maior dificuldade foi a automação", diz Cláudia Briganti,
da DuPont. O sistema que administra os benefícios levou dois
anos para ser implantado.
Já a Hewlett Packard fez um ano
de ensaio antes de aderir ao sistema. "Realizamos testes com um
grupo de 30 pessoas, depois um
piloto com todos os 1.400 empregados", relata o diretor de recursos humanos da HP, Jair Pianucci.
Uma pesquisa da consultoria
Towers Perrin, que envolveu 234
empresas em todo o país, apontou que, em 2004, somente 2% delas já tinham o sistema implantado. "O numero é baixo, mas as
empresas estão conversando sobre isso", diz Lais Perazo, da área
de saúde da Towers Perrin. Para
César Lopes, consultor da Mercer,
"é uma situação ainda incipiente,
mas que tende a aumentar".
"A projeção é que, em cinco
anos, os benefícios flexíveis virem
uma prática de mercado", completa Thais Blanco, da Hewitt.
(MARIANA IWAKURA)
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