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MERCADOS E SERVIÇOS
Alíquota menor vigorará até 16 de junho de 2002; receita deve baixar R$ 260 milhões por mês
CPMF cai para 0,30% a partir do dia 17
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma notícia rara no Brasil:
quem tem conta corrente em banco vai pagar menos imposto a
partir do mês quem vem.
É que a partir do dia 17 de junho
a alíquota da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, conhecida como o
imposto do cheque) cairá de
0,38% para 0,30%.
Essa redução está prevista na
emenda constitucional n� 21, de
18 de março de 99, que prorrogou
a contribuição por 36 meses.
Entre 17 de junho do ano passado (90 dias após a publicação da
emenda) e 16 de junho próximo, a
alíquota é de 0,38%. Nos próximos dois anos -de 17 de junho
próximo a 16 de junho de 2002-
será cobrado 0,30%.
Em razão dessa queda, as pessoas devem se programar para
poder economizar com o imposto. Assim, quem tem algum pagamento de valor mais elevado para
fazer na metade de junho deve verificar a possibilidade de pagar a
partir do dia 17.
Da mesma forma, quem tiver de
receber algum dinheiro nesse período e quiser colocá-lo em alguma aplicação financeira, é melhor
dar a ordem ao banco apenas a
partir do dia 17.
Para ter uma idéia do ganho, em
cada R$ 1.000 o imposto cairá de
R$ 3,80 para R$ 3,00. Nesse caso, o
ganho do correntista é pequeno.
Já no caso de R$ 10 mil, o imposto cai de R$ 38 para 30. Se for um
valor expressivo -R$ 100 mil,
por exemplo-, o imposto cai de
R$ 380 para R$ 300.
O imposto é cobrado sempre
que ocorre algum débito em conta corrente bancária. Há bancos
que compensam a CPMF, mas
nem todos adotam essa prática e a
devolução depende do prazo da
aplicação. A compensação exige
que o dinheiro permaneça aplicado por pelo menos três meses.
Menos R$ 260 mi por mês
A redução da CPMF vai gerar
perda de R$ 260 milhões por mês
aos cofres do governo. O cálculo
toma por base a média de arrecadação dos quatro primeiros meses deste ano, que foi de R$ 4,84
bilhões.
Assim, a média mensal é de R$
1,21 bilhão. Com 0,30%, essa receita deve cair para cerca de R$
950 milhões, totalizando R$ 22,8
bilhões nos próximos dois anos.
Se fosse mantida a alíquota de
0,38%, o governo poderia arrecadar R$ 29,04 bilhões.
A receita do primeiro ano da
CPMF (até 16 de junho próximo)
deverá somar R$ 14 bilhões -o
governo previa cerca de R$ 16 bilhões com a alíquota de 0,38%. Essa diferença de R$ 2 bilhões é resultado de liminares em ações judiciais suspendendo a cobrança
da contribuição.
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