São Paulo, Sexta-feira, 27 de Agosto de 1999
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ACORDO AUTOMOTIVO
À espera de definição sobre renovação de prazo, empresas suspendem venda a concessionárias
Montadoras param de faturar carros

FÁBIA PRATES
em São Paulo

A indefinição sobre a renovação do acordo emergencial do setor automotivo fez com que as montadoras suspendessem o faturamento de carros médios e populares ontem.
A medida foi para evitar o repasse do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) maior. O prazo do acordo emergencial, que durou 90 dias, terminou na quarta-feira e ainda não houve consenso entre as partes que discutem a prorrogação.
Na segunda edição do acordo (maio a agosto), o IPI dos carros populares caiu de 10% para 7% e o dos médios, de 25% para 20%.
Depois de anunciar que não renovaria o acordo, o governo cedeu e apresentou proposta que aumentaria o IPI em um ponto percentual, por um período de 60 dias, desde que houvesse compromisso das montadoras em manter os empregos por 120 dias.
Reunido com representantes das montadoras e sindicatos anteontem, o governo cedeu novamente. Decidiu manter inalterado o IPI dos veículos populares e concordou em reduzir de 120 para 90 dias o compromisso de manutenção de empregos, mas o acordo não foi fechado.
Ontem, a Anfavea (Associação Nacional de Veículos Automotores) continuou a discutir com o governo federal os pontos estabelecidos na reunião de quarta-feira (para tentar nova prorrogação), mas até as 20h30 não havia definição.
O presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Hugo Maia, disse que o impasse era por causa de preços.
A posição das montadoras, representada pela Anfavea, era de aceitar as condições exigidas pelo governo, apenas se pudessem retirar o bônus de R$ 375 concedido aos carros populares.
Segundo Maia, a suspensão do faturamento deve continuar hoje.
Isso, de acordo com ele, não provoca nenhum impacto no mercado, já que as concessionárias têm estoque para até cinco dias.


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