São Paulo, Sexta-feira, 27 de Agosto de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Protesto tem pouco efeito sobre negócios

da Reportagem Local

A "Marcha dos 100 Mil" teve pouco efeito no mercado financeiro ontem. Apesar de operadores e analistas terem acompanhado com interesse os acontecimentos do dia, o protesto não foi considerado responsável pela alta de 0,73% no dólar comercial ou pela queda de 1,44% da Bolsa de Valores de São Paulo.
No câmbio, os negócios voltaram a apresentar volume pequeno e baixa liquidez. Algumas operações de compra empurraram a moeda norte-americana para cima. O dólar fechou cotado, para venda, a R$ 1,919.
Não aconteceu uma "gangorra" na cotação, como anteontem (quando a moeda chegou ao pico de R$ 1,95 e à mínima de R$ 1,895). Segundo um operador de câmbio, alguns bancos entraram comprando dólares em lotes pequenos, para abastecer fundos cambiais. Não houve uma grande demanda compradora. Mas, como não existia contrapartida de vendas, a cotação subiu.
A Bovespa seguiu o ritmo de Nova York (que teve queda de 1,13%) e aproveitou para "realizar lucros". A Bolsa estava registrando cinco dias seguidos de elevação. A alta acumulada era de 8,47%. Donos de ações que se valorizaram no período venderam ontem os papéis para embolsar a lucratividade obtida.
O movimento fez a Bovespa cair. "É sadio para os negócios dar uma parada", disse Charles Phillipp, da corretora SLW.
Analistas não dizem que a Bolsa está em tendência de alta. "É necessário confirmar um pouco mais, ter notícias positivas mais bem fundamentadas e um volume melhor", afirmou Phillipp.
Mas o fato é que, com as quedas constantes da Bolsa (em 30 dias, a baixa acumulada é de 1,71%) e com a valorização do dólar, as ações brasileiras ficaram mais baratas para o investidor externo.
O mercado menos agitado permitiu ao governo um preço melhor no leilão de R$ 2 bilhões de Letras do Tesouro Nacional (títulos com juros prefixados).
O Tesouro vendeu o lote, com vencimento em 82 dias, pagando juros médios de 22,31%. Os juros de mercado estão em 19,5% ao ano. Na terça-feira, o governo vendeu papéis com prazo menor (77 dias), mas com juros maiores (23,15%). (MARCELO DIEGO)


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