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ANÁLISE
Recuo atenua a pressão sobre juros
OSCAR PILAGALLO
Editor de Dinheiro
A inflação tem surpreendido a maioria dos analistas
desde o início do ano, quando o real sofreu a maxidesvalorização decorrente da livre flutuação do câmbio.
Num primeiro momento,
temeu-se a disparada das taxas, o que acabou não acontecendo devido ao ambiente
econômico marcado pelo
desaquecimento.
Depois veio o tarifaço, que
teve impacto limitado sobre
os preços ao consumidor
porque as empresas, já com
as vendas baixas, não conseguiram repassar parte dos
reajustes. Foram afetados
principalmente os índices
que captam as variações de
preços no atacado.
O governo aproveitou a
conjuntura adversa e autorizou uma série reajustes sem
correr o risco de pressionar a
inflação. Só no caso da gasolina foram liberados cinco
aumentos neste ano.
Essa distância entre o
comportamento de preços e
índices chegou a provocar
uma desconfiança desinformada sobre a metodologia
dos institutos de pesquisa
que acompanham a evolução média dos preços.
Mas o importante é notar
que a desaceleração da inflação, agora registrada, abre
espaço, em tese, para uma
redução dos juros.
Afinal, os juros estão altos
principalmente porque o
governo teme que o reaquecimento da economia, resultado de taxas substancialmente mais baixas, traria
pressões inflacionárias.
A preocupação está expressa no último relatório
do Fundo Monetário Internacional sobre a economia
brasileira. O FMI sugere que
o governo eleve ainda mais
as taxas de juros se houver
pressão inflacionária.
Como se observa o contrário, é razoável supor que diminuiria a pressão para que
os juros fossem mantidos no
patamar atual.
O governo quer promover
algum crescimento, tanto
que escolheu uma meta de
inflação folgada para este
ano (entre 6% e 10%).
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