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PREÇOS
Alimentos pressionam menos e o efeito do tarifaço já é menor, diz a Fipe; previsão para o mês é de 0,7%
Inflação desacelera antes do previsto
MAURO ZAFALON
da Redação
A taxa de inflação começou a recuar antes do previsto em São
Paulo. Na terceira quadrissemana
deste mês, os preços subiram
0,90% em São Paulo, taxa que era
prevista apenas para o final de
agosto. Na segunda quadrissemana, a inflação tinha sido de 1,13%.
Os dados são da Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas), que coleta preços entre as famílias com renda de até 20 salários mínimos no município de
São Paulo.
A queda da taxa acima do previsto fez a Fipe refazer a sua projeção de inflação de agosto para
0,7%. A previsão de setembro,
que era de 0,4%, foi reduzida agora para 0,3%.
Se não houver novos aumentos
nos preços dos combustíveis, a inflação de São Paulo pode ficar
abaixo de 6% neste ano, diz Heron do Carmo, coordenador do
Índice de Preços ao Consumidor.
A estimativa no início do ano,
logo após a máxi, era de 12%.
Causas
A taxa de inflação perdeu ritmo
devido aos alimentos, que interromperam a tendência de alta que
vinham registrando nas últimas
semanas.
Dados da Fipe mostram alta de
0,95% nos alimentos na terceira
quadrissemana, contra 0,93% na
anterior.
Os alimentos, que tinham fechado julho com queda de 0,30%,
registraram alta de 0,43% na segunda quadrissemana de agosto.
Os alimentos semi-elaborados,
onde estão incluídas as carnes,
feijão e arroz, ainda estão com
tendência de alta. O feijão acumula reajuste de 120% nos últimos 30 dias no mercado atacadista de São Paulo. Quebra de
produção e oferta reduzida são as
causas da alta. Ontem, o preço recuou 10% no atacado.
As tarifas e os combustíveis
continuam sendo a base da inflação, mas já com pressão menor.
Na terceira quadrissemana, pelo
menos 84% da taxa de inflação
veio de tarifas e combustíveis. No
final de julho, a participação era
de 97%.
A partir de setembro, o peso
desses itens será muito pequeno,
desaparecendo em outubro,
quando a entressafra de alimentos será o principal fator de pressão no índice.
Quanto aos demais setores, Heron do Carmo diz que não há
grandes variações de preços. O
setor de saúde, que em agosto
ainda está sobre os efeitos dos aumentos dos remédios, deverá sofrer um alívio no próximo mês.
O setor de habitação perde a
pressão das tarifas, o mesmo
ocorrendo com transportes, onde o efeito das tarifas deve ser
bem menor no próximo mês.
Os preços de vestuário, que estão em queda devido às liquidações das roupas de inverno, devem continuar caindo em setembro, acredita Heron do Carmo. A
retração dos preços de vestuário
neste mês deve ser de 2%, estima
o economista da Fipe.
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