São Paulo, Sexta-feira, 27 de Agosto de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PREÇOS
Alimentos pressionam menos e o efeito do tarifaço já é menor, diz a Fipe; previsão para o mês é de 0,7%
Inflação desacelera antes do previsto

MAURO ZAFALON
da Redação

A taxa de inflação começou a recuar antes do previsto em São Paulo. Na terceira quadrissemana deste mês, os preços subiram 0,90% em São Paulo, taxa que era prevista apenas para o final de agosto. Na segunda quadrissemana, a inflação tinha sido de 1,13%.
Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que coleta preços entre as famílias com renda de até 20 salários mínimos no município de São Paulo.
A queda da taxa acima do previsto fez a Fipe refazer a sua projeção de inflação de agosto para 0,7%. A previsão de setembro, que era de 0,4%, foi reduzida agora para 0,3%.
Se não houver novos aumentos nos preços dos combustíveis, a inflação de São Paulo pode ficar abaixo de 6% neste ano, diz Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor.
A estimativa no início do ano, logo após a máxi, era de 12%.

Causas
A taxa de inflação perdeu ritmo devido aos alimentos, que interromperam a tendência de alta que vinham registrando nas últimas semanas.
Dados da Fipe mostram alta de 0,95% nos alimentos na terceira quadrissemana, contra 0,93% na anterior.
Os alimentos, que tinham fechado julho com queda de 0,30%, registraram alta de 0,43% na segunda quadrissemana de agosto.
Os alimentos semi-elaborados, onde estão incluídas as carnes, feijão e arroz, ainda estão com tendência de alta. O feijão acumula reajuste de 120% nos últimos 30 dias no mercado atacadista de São Paulo. Quebra de produção e oferta reduzida são as causas da alta. Ontem, o preço recuou 10% no atacado.
As tarifas e os combustíveis continuam sendo a base da inflação, mas já com pressão menor. Na terceira quadrissemana, pelo menos 84% da taxa de inflação veio de tarifas e combustíveis. No final de julho, a participação era de 97%.
A partir de setembro, o peso desses itens será muito pequeno, desaparecendo em outubro, quando a entressafra de alimentos será o principal fator de pressão no índice.
Quanto aos demais setores, Heron do Carmo diz que não há grandes variações de preços. O setor de saúde, que em agosto ainda está sobre os efeitos dos aumentos dos remédios, deverá sofrer um alívio no próximo mês.
O setor de habitação perde a pressão das tarifas, o mesmo ocorrendo com transportes, onde o efeito das tarifas deve ser bem menor no próximo mês.
Os preços de vestuário, que estão em queda devido às liquidações das roupas de inverno, devem continuar caindo em setembro, acredita Heron do Carmo. A retração dos preços de vestuário neste mês deve ser de 2%, estima o economista da Fipe.



Texto Anterior: Painel S/A
Próximo Texto: Nafta aumenta 90% e pressiona indústria
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.