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GLAMOUR EM BAIXA
Aluguel alto e vendas baixas encerram ponto tradicional de SP
Extra Mappin fechará na terça
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A loja que era para ser a
Macy's brasileira teve uma curta
vida: quatro anos. O Extra Mappin, que ocupou o antigo prédio
do Mappin, na praça Ramos,
centro de São Paulo, vai fechar
as portas na próxima terça-feira.
Nem Ricardo Mansur, o chamado "rei do varejo", que faliu nos
anos 90, nem Abílio Diniz, o
"homem que mais entende de
varejo no país", como o próprio
se define, lucraram no ponto.
Há rumores de que redes como Riachuelo e Renner estejam
interessados no ponto. Sem
propostas ainda, o velho Mappin completará 90 anos fechado.
Disputado a tapas por redes
como Lojas Americanas e a estrangeira J.C. Penney, o ponto
do Extra Mappin foi arrendado
em 1999 pelo Pão de Açúcar. Foi
o negócio de varejo do ano. Esperava-se, pelas contas iniciais,
vender R$ 200 milhões ao ano.
O ponto era ótimo e o risco baixo, dizia a empresa. Nos bastidores, a história era diferente.
Abílio Diniz tinha noção de
que o risco era maior que o de
outros empreendimentos. Mas
ele bateu o martelo. O local não
tinha estacionamento. A loja
ainda era alugada, o que impedia reformas. Porém, se funcionasse, seria um tiro certeiro.
O negócio não vingou: só o
aluguel "comia" R$ 7,2 milhões
do faturamento anual da loja. E,
ainda por cima, a venda não
deslanchou. Os donos do ponto
(Bradesco, Santa Casa de Misericórdia e uma família de investidores) negociaram durante
meses com a rede. Há poucas
semanas, o Pão de Açúcar pediu
um desconto de mais de 50% no
aluguel. Os donos não aceitaram. A rede ameaçou fechar a
loja. Agora o fará.
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