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PORTEIRA FECHADA
Dono de propriedade interditada no PR diz que nenhum veio de MS
Fazenda recebeu 43 animais de leilão
DA AGÊNCIA FOLHA, EM
AMAPORÃ E EM CURITIBA
Uma das quatro fazendas interditadas por suspeita de contágio do seu gado por aftosa é a
São Luís, de Amaporã (a 513 km
a noroeste de Curitiba), que recebeu 43 cabeças de gado arrematadas no leilão da Eurozebu,
de Londrina, no dia 4 deste mês.
A fazenda fica na divisa da região de contágio do rebanho de
Mato Grosso do Sul.
A localização da fazenda foi
conseguida pela reportagem da
Folha. A Secretaria da Agricultura do Paraná não identificou
as quatro fazendas com suspeita
da doença. A posição oficial é
que isso só vai ocorrer se forem
confirmados os casos de aftosa,
por meio de exame que fica
pronto na próxima semana.
Funcionários que não quiseram se identificar disseram à reportagem, no início da tarde de
ontem, que a São Luís comprou
as 43 cabeças na Eurozebu. Segundo eles, os fiscais de sanidade animal já coletaram amostras de sangue dos animais duas
vezes. Uma foi semana passada
e a outra, ontem pela manhã.
Por telefone, o administrador
e um dos donos da área, Bruno
Bonalumi, de Londrina, confirmou o número adquirido e que
há interdição em sua fazenda.
Ele negou, porém, que os bois
tenham MS como origem. "Nenhum [animal] que comprei é
de MS. São todos de criatórios
de gado do Paraná", afirmou.
Na sexta-feira, ao anunciar a
suspeita de focos de aftosa no
Paraná, o secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, disse que
a fazenda de Amaporã -que
não identificou- foi interditada por ser considerada área de
risco. Ela seria uma das 12 propriedades compradoras de gado
de MS vendido na feira. Em
quatro há suspeitas de aftosa: as
outras investigações são em Maringá, Loanda e Grandes Rios.
Bonalumi disse que vai esperar o resultado oficial das análises para se aprofundar nos detalhes. Quando falou à Folha, disse que tinha acabado de voltar
da fazenda. "E nenhum [dos
animais sob suspeita] demonstra visualmente sinais de contaminação." Mas o proprietário
confirma duas coletas de sangue
no rebanho. O primeiro resultado não foi suficiente para descartar a aftosa. "O primeiro exame não deu certeza [de contágio
ou não]. Não sei qual o critério
deles [técnicos da Agricultura
estadual]", disse ele.
(JOSÉ MASCHIO E MARI TORTATO)
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