São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005

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PORTEIRA FECHADA

Dono de propriedade interditada no PR diz que nenhum veio de MS

Fazenda recebeu 43 animais de leilão

DA AGÊNCIA FOLHA, EM
AMAPORÃ E EM CURITIBA

Uma das quatro fazendas interditadas por suspeita de contágio do seu gado por aftosa é a São Luís, de Amaporã (a 513 km a noroeste de Curitiba), que recebeu 43 cabeças de gado arrematadas no leilão da Eurozebu, de Londrina, no dia 4 deste mês. A fazenda fica na divisa da região de contágio do rebanho de Mato Grosso do Sul.
A localização da fazenda foi conseguida pela reportagem da Folha. A Secretaria da Agricultura do Paraná não identificou as quatro fazendas com suspeita da doença. A posição oficial é que isso só vai ocorrer se forem confirmados os casos de aftosa, por meio de exame que fica pronto na próxima semana.
Funcionários que não quiseram se identificar disseram à reportagem, no início da tarde de ontem, que a São Luís comprou as 43 cabeças na Eurozebu. Segundo eles, os fiscais de sanidade animal já coletaram amostras de sangue dos animais duas vezes. Uma foi semana passada e a outra, ontem pela manhã.
Por telefone, o administrador e um dos donos da área, Bruno Bonalumi, de Londrina, confirmou o número adquirido e que há interdição em sua fazenda.
Ele negou, porém, que os bois tenham MS como origem. "Nenhum [animal] que comprei é de MS. São todos de criatórios de gado do Paraná", afirmou.
Na sexta-feira, ao anunciar a suspeita de focos de aftosa no Paraná, o secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, disse que a fazenda de Amaporã -que não identificou- foi interditada por ser considerada área de risco. Ela seria uma das 12 propriedades compradoras de gado de MS vendido na feira. Em quatro há suspeitas de aftosa: as outras investigações são em Maringá, Loanda e Grandes Rios.
Bonalumi disse que vai esperar o resultado oficial das análises para se aprofundar nos detalhes. Quando falou à Folha, disse que tinha acabado de voltar da fazenda. "E nenhum [dos animais sob suspeita] demonstra visualmente sinais de contaminação." Mas o proprietário confirma duas coletas de sangue no rebanho. O primeiro resultado não foi suficiente para descartar a aftosa. "O primeiro exame não deu certeza [de contágio ou não]. Não sei qual o critério deles [técnicos da Agricultura estadual]", disse ele.
(JOSÉ MASCHIO E MARI TORTATO)


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