São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005

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Ruralista do PR acusa sem-terra

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O presidente da UDR (União Democrática Ruralista) no noroeste do Paraná, Marcos Prochet, afirmou ontem suspeitar de que a origem dos focos de aftosa nos Estados de Mato Grosso do Sul e do Paraná tenha sido nos acampamentos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na região.
"Desde o ano 2000 que denuncio às autoridades do Paraná e brasileiras que há subvacinação nas invasões", disse ele.
A tese de contaminação dos rebanhos do MST já foi apontada na região de Mato Grosso do Sul, onde foram detectados os primeiros casos da doença, mas nada foi confirmado. Prochet diz que, por razões políticas, "das federações da agricultura aos governos, todo mundo se calou com a ameaça da febre aftosa nos assentamentos do MST".
Prochet considera que a notícia de suspeita de surgimento de aftosa no Estado do Paraná, se for confirmada, "vai acabar com a pecuária no Estado". "[A ação dos governos] consegue controlar a doença, mas será muito difícil ao Brasil retomar as exportações."
Segundo ele, gado sem controle sanitário transita na região que compreende o noroeste do Paraná, o sudoeste de Mato Grosso do Sul e a divisa seca com o Paraguai, e que esse é outro caminho natural de contágio. Ele diz que há criadores que ""compram um ou outro gado mais barato no Paraguai para vender por melhor preço no Brasil". "Esse foco veio de gado contrabandeado do Paraguai e de assentamentos do MST", afirma.

Outro lado
O governo paraguaio nega enfaticamente que o foco de aftosa registrado em MS tenha origem naquele país e acusa o governo brasileiro de negligência.
A Folha tentou contato por telefone com a coordenação estadual do MST, em Curitiba, e com o coordenador da região noroeste do MST, José Damasceno, para repercutir as acusações do líder da UDR, mas não conseguiu. (MARI TORTATO)


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