|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DINHEIRO
Bois de fazendas paulistas tiveram contato com animais de MS com possível contaminação durante evento no Paraná
Gado de SP esteve em feira suspeita de aftosa
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A Secretaria da Agricultura do
Paraná informou ontem que 37
bois procedentes do Estado de
São Paulo tiveram contato com
animais de Mato Grosso do Sul
suspeitos de contaminação pela
aftosa, durante a feira agropecuária Eurozebu, de Londrina (370
km ao norte de Curitiba), no início deste mês.
Realizada entre os dias 1� e 9
deste mês, a feira é apontada como local do surgimento de focos
da doença no Paraná, por expor
gado trazido da região infectada
de Mato Grosso do Sul.
Um levantamento de ontem do
setor de defesa da sanidade animal do governo paranaense informa que 19 cabeças de gado Limousain, de Itapetininga (163 km
a oeste de São Paulo), participaram da feira de Londrina e voltaram ao município. Outros 13 animais de São Carlos (231 km a noroeste da capital) e 5 de Restinga
(389 km ao norte) fizeram o mesmo deslocamento: foram mostrados na feira e voltaram à origem.
"Isso quer dizer que esses animais tiveram contato, ao menos
indireto, com o vírus da aftosa,
desde que se confirmem as suspeitas do Paraná", disse ontem o
chefe do Defis (Departamento de
Defesa e Sanidade Agropecuária)
do Paraná, Felisberto Baptista.
Por ora, ele descartou o trânsito
de animais de outros Estados ou
países na feira realizada em Londrina, ao contrário da informação
dada anteontem.
O secretário da Agricultura do
Estado e vice-governador, Orlando Pessuti, disse que o governo de
São Paulo foi alertado da suspeita
ainda anteontem, quando também se deu a comunicação ao Ministério da Agricultura.
Ontem, Pessuti determinou o
bloqueio das quatro cidades do
Paraná onde estão localizadas as
propriedades com gado suspeito
de ter contraído aftosa durante a
feira de Londrina.
Rastreamento da defesa sanitária localizou 19 animais com sintomas nos municípios de Maringá (1), Amaporã (3) e Loanda (3),
no noroeste, e Grandes Rios (12),
no centro do Estado. O laboratório do Mapa de Belém (PA) deve
divulgar o resultado das análises
na terça-feira. O governo paranaense detectou os primeiros indícios de aftosa na última quinta.
Por precaução, interditou 40
propriedades, que receberam gado sul-matogrossense nos últimos 60 dias. Em Toledo, no oeste,
há outros 635 animais de uma outra exposição agropecuária retidos em quarentena, esperando
descarte para o vírus da aftosa.
Nesse plantel, há cinco animais
procedentes daquele Estado.
Os casos suspeitos estão incluídos na relação, e a provável contaminação se deu na Eurozebu. O
Paraná tem confirmação de 43 cabeças de gado saídas da região de
Eldorado -cidade do primeiro
foco de Mato Grosso do Sul- para a feira de Londrina no dia 24 de
setembro. Um levantamento ainda preliminar apontou que o Paraná recebeu 1.994 animais daquele Estado nos últimos 60 dias.
Cem eram da região de Eldorado.
O mercado brasileiro absorve
88% da carne produzida no Paraná, segundo o sindicato da indústria do setor. O secretário da Agricultura disse ontem temer maior
impacto da aftosa para o Estado
se a doença atingir a suinocultura,
setor em que o Paraná é forte em
exportação. "Nosso medo é que a
doença do boi atinja o suíno."
Rastreamento
A Secretaria da Agricultura de
São Paulo informou que já está
rastreando as 37 cabeças de gado
procedentes do Estado que participaram da feira em Londrina.
Segundo a assessoria da secretaria, depois de identificadas as propriedades onde estão os animais,
as áreas serão interditadas para
monitoramento, e o gado será
submetido a testes de sorologia.
O rastreamento teve início na
manhã de ontem, segundo o o órgão, depois que a secretaria paranaense encaminhou as GTAs
(Guias de Trânsito de Animais)
para São Paulo. Com esses dados,
a secretaria paulista pretende
identificar as propriedades.
Texto Anterior: Crise: Com superoferta, vinho vira álcool na França Próximo Texto: Doença está sob controle, diz Rodrigues Índice
|