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TURISMO
Pacotes para litoral, sobretudo no Réveillon, estão quase lotados, dizem operadoras; dólar baixo eleva procura para o exterior
Barata, viagem de verão fica mais difícil
BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o dólar barato e a expansão econômica, começa a faltar
lugar, no Brasil e no exterior, nos
destinos mais procurados para o
Réveillon e a temporada de verão.
O câmbio mais baixo deixa as
passagens aéreas mais baratas, já
que grande parte dos custos das
companhias são em dólar.
A alta do combustível dos
aviões (que neste mês fez Varig,
TAM e Gol aumentarem suas passagens em cerca de 15%) tem um
impacto maior nos bilhetes comprados diretamente nas aéreas do
que nos fretamentos -o que torna os pacotes bem mais atrativos.
Só que o destino que fica mais
acessível por causa do preço acaba mais distante pelo mesmo motivo, em razão do aumento da
procura e da maior antecipação
nas compras. As operadoras evitam dizer que as opções para determinados destinos estão esgotadas para não afastar clientela,
mas, em alguns pacotes, a única
opção hoje já é a lista de espera.
"No Réveillon, está quase tudo
vendido nos destinos tradicionais, como Salvador, Florianópolis e Rio", afirma Tarcísio Gargioni, vice-presidente de marketing e
serviços da Gol. De acordo com
ele, o mesmo acontece com Fortaleza, Recife, Natal, Vitória e Porto
Seguro (BA), onde, entre os dias
23 e 30 de dezembro, já há mais de
80% dos vôos vendidos.
Na TAM, o fenômeno é semelhante. "As rotas internacionais
também têm bom desempenho. E
por isso estamos lançando, no
próximo dia 10 de novembro, um
vôo para Nova York. O primeiro
vôo está lotado", disse o diretor de
vendas da TAM, Klaus Kuhnast.
Na CVC, operadora que detém
cerca de 60% do mercado nacional de pacotes, os navios para o
Réveillon estão lotados -alguns
deles desde setembro. No Nordeste, a demanda é forte.
"Há um incremento acentuado
com a transferência do transporte
de ônibus para o avião", lembra
George Ermakoff, presidente do
Sindicato Nacional das Empresas
Aeroviárias. De janeiro a setembro, foram 17,8% passageiros a
mais do que em 2004.
Antecipação
"O brasileiro comprava em dezembro. Temos matrículas para
janeiro [de 2006] feitas em maio
deste ano", revela José Carlos
Hauer, presidente do STB (Student Travel Bureau), operadora
com foco no turismo jovem.
A empresa diz que a procura é
entre 45% e 50% maior para cursos e 60% maior para trabalho no
exterior do que no ano passado.
A antecipação aconteceu, segundo os especialistas, para garantir o preço, pois havia o receio
de que o dólar voltasse a subir.
Como o preço continuou caindo,
a demanda aumentou mais.
"Estamos com mais de 90% dos
pacotes vendidos para Natal e Réveillon", conta Fernando Guijarro, 46, diretor da Natural Mar, especializada em montar roteiros
para a América do Sul. Segundo
ele, Buenos Aires e Santiago têm
procura "excepcional", assim como Punta del Este. "Começamos
a vender o Réveillon em junho.
Até novembro vai haver destinos
impossíveis de comprar."
A Costa Cruzeiros, que terá dois
navios no litoral brasileiro no verão, tem como meta lotar seus
cruzeiros 15 dias antes da chegada
dos navios ao país, assim como
fez no ano passado -mas, neste
ano, com oferta 20% maior.
Para a operadora PNX, do mesmo grupo da aérea BRA, o acumulado do ano já representa incremento de 50% nas vendas na
comparação com 2004, com alta
de 40% na oferta. Mais da metade
dos pacotes para Fortaleza e Porto
Seguro já está vendida. A previsão
é transportar para os dois destinos, de novembro a janeiro, 1.500
passageiros por semana. No ano
passado, foram 600 por semana.
Na Varig, a procura também está aquecida, de acordo com informações da empresa. Segundo a
concorrência, não há sinais de
que a incerteza sobre o futuro da
companhia esteja atrapalhando
as vendas para a temporada.
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