São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005

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TURISMO

Pacotes para litoral, sobretudo no Réveillon, estão quase lotados, dizem operadoras; dólar baixo eleva procura para o exterior

Barata, viagem de verão fica mais difícil

BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o dólar barato e a expansão econômica, começa a faltar lugar, no Brasil e no exterior, nos destinos mais procurados para o Réveillon e a temporada de verão.
O câmbio mais baixo deixa as passagens aéreas mais baratas, já que grande parte dos custos das companhias são em dólar.
A alta do combustível dos aviões (que neste mês fez Varig, TAM e Gol aumentarem suas passagens em cerca de 15%) tem um impacto maior nos bilhetes comprados diretamente nas aéreas do que nos fretamentos -o que torna os pacotes bem mais atrativos.
Só que o destino que fica mais acessível por causa do preço acaba mais distante pelo mesmo motivo, em razão do aumento da procura e da maior antecipação nas compras. As operadoras evitam dizer que as opções para determinados destinos estão esgotadas para não afastar clientela, mas, em alguns pacotes, a única opção hoje já é a lista de espera.
"No Réveillon, está quase tudo vendido nos destinos tradicionais, como Salvador, Florianópolis e Rio", afirma Tarcísio Gargioni, vice-presidente de marketing e serviços da Gol. De acordo com ele, o mesmo acontece com Fortaleza, Recife, Natal, Vitória e Porto Seguro (BA), onde, entre os dias 23 e 30 de dezembro, já há mais de 80% dos vôos vendidos.
Na TAM, o fenômeno é semelhante. "As rotas internacionais também têm bom desempenho. E por isso estamos lançando, no próximo dia 10 de novembro, um vôo para Nova York. O primeiro vôo está lotado", disse o diretor de vendas da TAM, Klaus Kuhnast.
Na CVC, operadora que detém cerca de 60% do mercado nacional de pacotes, os navios para o Réveillon estão lotados -alguns deles desde setembro. No Nordeste, a demanda é forte.
"Há um incremento acentuado com a transferência do transporte de ônibus para o avião", lembra George Ermakoff, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias. De janeiro a setembro, foram 17,8% passageiros a mais do que em 2004.

Antecipação
"O brasileiro comprava em dezembro. Temos matrículas para janeiro [de 2006] feitas em maio deste ano", revela José Carlos Hauer, presidente do STB (Student Travel Bureau), operadora com foco no turismo jovem.
A empresa diz que a procura é entre 45% e 50% maior para cursos e 60% maior para trabalho no exterior do que no ano passado.
A antecipação aconteceu, segundo os especialistas, para garantir o preço, pois havia o receio de que o dólar voltasse a subir. Como o preço continuou caindo, a demanda aumentou mais.
"Estamos com mais de 90% dos pacotes vendidos para Natal e Réveillon", conta Fernando Guijarro, 46, diretor da Natural Mar, especializada em montar roteiros para a América do Sul. Segundo ele, Buenos Aires e Santiago têm procura "excepcional", assim como Punta del Este. "Começamos a vender o Réveillon em junho. Até novembro vai haver destinos impossíveis de comprar."
A Costa Cruzeiros, que terá dois navios no litoral brasileiro no verão, tem como meta lotar seus cruzeiros 15 dias antes da chegada dos navios ao país, assim como fez no ano passado -mas, neste ano, com oferta 20% maior.
Para a operadora PNX, do mesmo grupo da aérea BRA, o acumulado do ano já representa incremento de 50% nas vendas na comparação com 2004, com alta de 40% na oferta. Mais da metade dos pacotes para Fortaleza e Porto Seguro já está vendida. A previsão é transportar para os dois destinos, de novembro a janeiro, 1.500 passageiros por semana. No ano passado, foram 600 por semana.
Na Varig, a procura também está aquecida, de acordo com informações da empresa. Segundo a concorrência, não há sinais de que a incerteza sobre o futuro da companhia esteja atrapalhando as vendas para a temporada.


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