São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005

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Para fabricantes, haverá vacinação em massa

ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REDAÇÃO

Fabricantes da vacina contra a febre aftosa acreditam que a descoberta de focos da doença no país deve ser responsável por uma vacinação em massa durante a segunda etapa da campanha anual contra a zoonose.
O Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal), que representa todos os laboratórios que produzem a vacina no Brasil, aposta em número recorde de cabeças de gado vacinadas.
"Quem tem rebanho, depende dele e investiu sabe que o custo-benefício da vacinação é fantástico. A ordem é vacinar", diz o presidente do Sindan, Emílio Salani.
A campanha contra a febre aftosa é feita em duas etapas -a primeira dose é aplicada em maio e a segunda, em novembro- e cada dose tem efeito por seis meses. A cada ano, uma nova estimativa de doses é fechada pelo Ministério da Agricultura.
Neste ano, a demanda atingirá cerca de 370 milhões de doses, das quais 213 milhões já foram comercializadas. Só o Estado de Mato Grosso do Sul já consumiu 17,7 milhões até agora e deve gastar mais 22,8 milhões em novembro. O total reservado para o mês, que será distribuído para todo o país, é de 136,2 milhões de doses.
Segundo estimativas do Instituto FNP, há 165 milhões de cabeças de gado no Brasil atualmente -número menor que a metade das vacinas para este ano.
Até 2003, no entanto, o total de doses comercializadas era menor que o de animais do rebanho. Salani diz que a quantidade não era o problema. "Não era uma questão comercial, mas uma questão de conscientização do produtor." Hoje, de acordo com ele, a vacinação é quase absoluta. Para 2006, ele estima crescimento de 2%, passando de 370 milhões para 380 milhões de doses.
No Brasil, há seis laboratórios que produzem a vacina: Bayer, Pfizer, Intervet, Shering-Plough Cooper, Vallée e Merial. O preço das vacinas é fechado pelo Ministério da Agricultura -cada dose custa R$ 0,99, independentemente do fabricante.
Depois de produzidas, as vacinas passam por testes de controle de inocuidade, esterilidade e potência. Uma vez aprovadas, seguem para a Central de Selagem de Vacinas, que atesta sua validade com um selo holográfico.

Eficácia
Segundo Salani, "a vacina sozinha não resolve". De acordo com ele, apesar de muito eficiente, a substância pode não ser 100% eficaz caso a saúde do boi esteja vulnerável a outras doenças ou se o rebanho não receber a atenção necessária do produtor.
"Se o rebanho está vulnerável, pode ser que apenas a vacina não resolva. É preciso outras medidas, como o controle de trânsito de animais, as barreiras móveis. O animal tem de estar muito bem vacinado, com material de qualidade, e tem de estar sadio. Se o criador permite contato com o vírus, uma hora a doença aparece."


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