São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005

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Dívida em queda eleva potencial de investimento

DA REPORTAGEM LOCAL

As dívidas das empresas brasileiras não param de cair. Sinal de saúde financeira ou de falta de perspectivas? Para Ricardo Carvalho, diretor da Fitch Ratings, queda do endividamento é sempre boa notícia. Afinal, se as empresas têm recursos mais que suficientes para cobrir suas dívidas, há sobras para investir ou pagar dividendos.
Mas Carvalho analisa balanços e resultados mais ou menos com os olhos do credor. Ele dá notas que serão usadas por potenciais credores para avaliar o risco de pôr dinheiro em papéis de determinada empresa.
Fernando Exel, da Economática, faz outra avaliação. Queda constante do endividamento pode significar falta de perspectivas, de opção de investimento ou mesmo uma posição de retração das empresas ante o cenário econômico. Se não investem, as empresas não se endividam. Tampouco crescem, ressalta Exel. "A queda nas dívidas mostra que as empresas estão solventes, que não há risco de crédito, mas não mostra que estão se preparando para crescer", diz.
Ingo Plöger, da Apex, concorda que o baixo endividamento pode representar potencial de investimento não realizado. Mas não acredita que os recursos ficaram represados. "A redução dos juros, que já começou, gerará uma reação da demanda doméstica", diz.
Maior dinamismo no mercado interno, continua Plöger, deve incentivar as importações, realinhar o dólar em valores mais baixos e, com isso, dar um incentivo adicional para as exportações. "Estamos em uma fase de círculo virtuoso", afirma Plöger.


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