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Dívida em queda
eleva potencial
de investimento
DA REPORTAGEM LOCAL
As dívidas das empresas brasileiras não param de cair. Sinal
de saúde financeira ou de falta
de perspectivas? Para Ricardo
Carvalho, diretor da Fitch Ratings, queda do endividamento
é sempre boa notícia. Afinal, se
as empresas têm recursos mais
que suficientes para cobrir suas
dívidas, há sobras para investir
ou pagar dividendos.
Mas Carvalho analisa balanços e resultados mais ou menos
com os olhos do credor. Ele dá
notas que serão usadas por potenciais credores para avaliar o
risco de pôr dinheiro em papéis
de determinada empresa.
Fernando Exel, da Economática, faz outra avaliação. Queda
constante do endividamento
pode significar falta de perspectivas, de opção de investimento ou mesmo uma posição
de retração das empresas ante
o cenário econômico. Se não
investem, as empresas não se
endividam. Tampouco crescem, ressalta Exel. "A queda
nas dívidas mostra que as empresas estão solventes, que não
há risco de crédito, mas não
mostra que estão se preparando para crescer", diz.
Ingo Plöger, da Apex, concorda que o baixo endividamento pode representar potencial de investimento não realizado. Mas não acredita que os
recursos ficaram represados.
"A redução dos juros, que já
começou, gerará uma reação
da demanda doméstica", diz.
Maior dinamismo no mercado interno, continua Plöger,
deve incentivar as importações, realinhar o dólar em valores mais baixos e, com isso, dar
um incentivo adicional para as
exportações. "Estamos em
uma fase de círculo virtuoso",
afirma Plöger.
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