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MERCADO ABERTO
Fraga e Leme divergem sobre expansão
Nas últimas semanas, o mundo começou a dar sinais de
que a fase de grande expansão que tem marcado esta
década pode estar com os dias
contados. As ameaças vêm de todos os lados: preço do petróleo,
aumento da inflação e elevação
dos juros nos Estados Unidos,
desequilíbrio cambial e até mesmo a sucessão no Fed (o BC americano). A economia no mundo
começa a perder forças.
Diante desse quadro, o economista Paulo Leme, do Goldman
Sachs, afirma que o essencial
mesmo é saber se o Brasil desperdiçou ou não a oportunidade de
aumentar o seu potencial de
crescimento. Até agora, o próprio Leme diz que a noção geral é
a de que o país deixou passar essa
chance. "A sensação, por exemplo, é a de uma paralisia quase
que total no processo de reformas, que poderia ter ajudado
bastante o país a melhorar o seu
PIB potencial", afirma.
Já o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, diz, no entanto, que a avaliação do desempenho da economia brasileira depende do parâmetro. Quando se olha a confusão política que se formou e a paralisia no processo de reformas, e
mesmo assim o país cresce 3,5%,
o resultado pode ser considerado
bom. Agora, quando se olha para
o mundo, que tem crescido a taxas de 4,5%, o desempenho do
país não pode ser considerado
bom. "O país não está surfando
na onda global, mas, no meio de
uma crise política, é até natural
que não se atinja o desempenho
máximo", diz Fraga.
Leme acha, no entanto, que a
crise política é um pretexto muito
pouco convincente para o país
não implantar reformas importantes, como a tributária e a previdenciária. O economista considera que ainda há tempo. Afinal,
segundo ele, o ritmo de crescimento do mundo vai se desacelerar, mas ainda continuar alto, até
pelo menos 2007. Para Leme, o
foco do país tem que ser o crescimento, e não se o mundo vai acabar. "O Brasil não pode perder
essa oportunidade."
PROJEÇÃO
Joaquim Levy, secretário do
Tesouro, diz que, se melhorar
em 0,65 ponto percentual a atual
trajetória de queda da taxa de juro demonstrada na pesquisa Focus do BC, o país tende a fechar a
década com uma relação dívida/PIB de 40% (hoje em 51%).
EMPREGO NO AR
A TAM vai encerrar o ano com
2.284 novos funcionários. Esse
número representa um crescimento de 31,2% em relação ao
contingente de colaboradores no
final de 2004. Do total de contratados, 26% são comissários.
NOVA LOJA
O grupo Expand, um dos
maiores importadores de vinhos
da América Latina, inaugura na
terça no ABC paulista uma nova
loja, após investir R$ 800 mil.
BAIXO CUSTO
Com a proposta de oferecer
alta gastronomia a preços baixos, a Brasserie Paulistta chegou à marca de 2.550 clientes
atendidos por mês, com apenas 28 lugares. "O cliente não
pode se sentir enganado. Tento oferecer um preço honesto.
Com esse preço posso atender mais clientes, conhecer
mais gente", diz Henrique
Michalany, dono e chef do
restaurante. Ele diz conseguir
preços menores por meio da
negociação com os fornecedores. "Sou um bom pagador. O fornecedor não quer
me perder. Consigo negociar
prazos maiores." Michalany
era sócio do Virô Bistrô, na
Vila Madalena, porém largou
o negócio para abrir o restaurante. "Trabalho melhor sozinho. Lá eram sete sócios." Michalany espera abrir um novo
restaurante em três anos.
VIDA APÓS A MORTE
Armínio Fraga acaba de voltar
da Rússia. Ficou impressionado
com o boom de crescimento do
país, apesar do calote da dívida
em 98. Segundo ele, o país se beneficiou do fato de ser uma grande produtora de petróleo e gás. O
país pagou a dívida pública. Ele
diz que a melhora não pode ser
atribuída ao calote. "O calote não
foi bom para nenhum país. A Argentina, por exemplo, só agora
está conseguindo chegar à época
que antecedeu a crise."
NO MEIO DO FURACÃO
Morador há dois anos de Miami, Paulo Leme passou a sexta e
ontem preparando sua casa para
a chegada do furacão Wilma,
prevista para segunda. Lacrou as
portas, pôs tudo de fora da casa
para dentro e viajou com a mulher e os dois filhos para Nova
York, até que o furacão passe.
BRASIL NOS PLANOS
A Land Rover não deixará o Brasil, diz John Peart,
presidente da empresa no
Brasil. O crescimento do
interesse do consumidor
brasileiro por carros utilitários ajudou a marca a registrar no país o seu maior
crescimento no mundo:
25% de alta. "Não sei de
onde tiraram isso [a saída
do Brasil]. Nós queremos
até aumentar a presença
no país." Na semana que
passou, ela anunciou que
vai parar de produzir localmente um de seus modelos, o Defender. Peart,
brasileiro filho de inglês,
diz que a decisão foi baseada na queda nas vendas
desse modelo. O Defender
foi o carro dado de presente ao ex-secretário-geral
do PT, Sílvio Pereira.
MEGACOMPLEXO
A Matec irá construir o complexo de exposições e feiras de 70
mil m2 que será erguido até o fim
de 2006 próximo ao aeroporto
de Cumbica, em Guarulhos (SP).
O projeto, maior que o Anhembi
e concebido pela gigante mundial de eventos Fieira Milano, da
Itália, em parceria com a Feira
Brasil, terá 240 mil m2 de área total numa primeira etapa, mas
poderá chegar a 900 mil m2 se as
três fases planejadas forem concluídas. O investimento na fase
inicial será de R$ 150 milhões.
PARCERIA
A Casas Bahia, o Bradesco e a
Walt Disney Brasil, entre outras,
anunciam na semana que começa uma parceria inédita para comemorar o terceiro ano da Super Casas Bahia. A ação será promovida pela agência de marketing promocional B/Ferraz.
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