São Paulo, Domingo, 21 de Novembro de 1999
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"Era Camdessus" é encerrada debaixo de críticas

da Reportagem Local

Michel Camdessus disse, ironicamente, no dia do anúncio de sua renúncia, que o "FMI é o bode expiatório dos problemas do mundo".
Era uma alfinetada aos vários críticos de sua forma de conduzir a entidade, nos anos em que ficou no poder.
Camdessus foi especialmente criticado nos últimos dois anos. Primeiro, por a entidade não ter conseguido detectar, em seus acompanhamentos econômicos, a possibilidade de crises nos países que compunham os chamados "Tigres Asiáticos".
As economias entraram em crise, em 1997 e 98, colocando o sistema financeiro internacional de sobreaviso e nocauteando a Rússia e a América Latina.
Outro alvo foi as medidas adotadas pelo Fundo para sanar a crise -classificadas de ortodoxas por parte da comunidade (principalmente acadêmica) internacional. Em 1998, o senador republicano Trent Lott (EUA) pediu sua renúncia, classificando-o de "socialista francês".
Camdessus foi o diretor-gerente que liberou a maior quantidade de empréstimos para países necessitados. Durante a crise de confiança no Brasil, ano passado, foi o FMI que arregimentou um pacote de ajuda de US$ 41,5 bilhões. Também empreendeu esforços para romper barreiras comerciais. Quis, por exemplo, associar Cuba ao Fundo.


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