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"Era Camdessus" é encerrada debaixo de críticas
da Reportagem Local
Michel Camdessus disse, ironicamente, no dia do anúncio de
sua renúncia, que o "FMI é o bode
expiatório dos problemas do
mundo".
Era uma alfinetada aos vários
críticos de sua forma de conduzir
a entidade, nos anos em que ficou
no poder.
Camdessus foi especialmente
criticado nos últimos dois anos.
Primeiro, por a entidade não ter
conseguido detectar, em seus
acompanhamentos econômicos,
a possibilidade de crises nos países que compunham os chamados "Tigres Asiáticos".
As economias entraram em crise, em 1997 e 98, colocando o sistema financeiro internacional de
sobreaviso e nocauteando a Rússia e a América Latina.
Outro alvo foi as medidas adotadas pelo Fundo para sanar a crise -classificadas de ortodoxas
por parte da comunidade (principalmente acadêmica) internacional. Em 1998, o senador republicano Trent Lott (EUA) pediu sua
renúncia, classificando-o de "socialista francês".
Camdessus foi o diretor-gerente
que liberou a maior quantidade
de empréstimos para países necessitados. Durante a crise de
confiança no Brasil, ano passado,
foi o FMI que arregimentou um
pacote de ajuda de US$ 41,5 bilhões. Também empreendeu esforços para romper barreiras comerciais. Quis, por exemplo, associar Cuba ao Fundo.
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