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Economista vê estímulo à demissão
da Reportagem Local
O problema do atual sistema, na
opinião do economista José Márcio Camargo, é que o trabalhador
só pode sacar o FGTS basicamente quando é demitido ou se aposenta. Como o dinheiro fica muito
tempo parado no FGTS com rendimento baixo (TR mais 3% ao
ano), muitas pessoas até preferem
ser demitidas para pegar a bolada.
"Quando a economia está crescendo, isso ocorre com frequência porque as pessoas acham que
podem arrumar emprego com alguma facilidade. Muitas empresas até fazem acordos para demitir os empregados e pagar "por fora", sem carteira assinada", diz o
economista.
Uma pesquisa que serviu de base para o estudo mostra que 60%
dos que sacaram o FGTS pediram
aos patrões para serem demitidos. Além disso, 40% dos que recebem o seguro-desemprego têm
alguma ocupação que não foi declarada ao Ministério do Trabalho.
Mesmo com todos os problemas, dizem os sindicalistas, o seguro-desemprego e o FGTS são
uma forma de proteção social que
deve ser mantida a qualquer custo.
Os dirigentes das duas principais centrais sindicais consideram as propostas uma "afronta"
ao trabalhador.
"Os arquitetos do governo, sem
conhecer o povo, fazem projetos
mirabolantes, sempre acabando
com direitos. Se o governo usasse
os recursos do FGTS para os seus
fins, criaria emprego e resolveria
boa parte do problema de pobreza no Brasil, disse Vicente Paulo
da Silva, presidente da CUT.
De acordo com ele, o discurso
de proteção à informalidade é demagogo. "Se implantadas, essas
propostas vão precarizar ainda
mais as condições de trabalho."
Críticas
"A proposta é ruim agora e
ruim depois. Os únicos que ganham com isso são os economistas que a fizeram", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, da Força Sindical.
De acordo com o sindicalista, a
multa do FGTS e as parcelas do
seguro-desemprego são a garantia de sobrevivência do trabalhador demitido.
Segundo ele, se o governo pensar em implementar as sugestões,
as duas centrais sindicais podem
promover a maior greve geral.
O argumento de que há fraude
de acordo com ele não é convincente. "Se há fraude, o que os economistas tinham que propor era
como inibi-las."
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