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Mecanismo apenas impede que
o déficit aumente, diz a autora
da Sucursal de Brasília
As mudanças no cálculo das
aposentadorias não reduzirão o
déficit do INSS, mas impedirão o
seu crescimento no futuro.
Se a economia crescer em média
3,5% ao ano nos próximos três
anos, o déficit deverá se estabilizar em 1,05% do PIB (Produto Interno Bruto, que mede a soma das
riquezas produzidas no país).
Neste ano, o déficit deverá ficar
em R$ 9,5 bilhões (1,23% do PIB).
Os cálculos são da economista
Solange Paiva Vieira, 30, assessora especial da Previdência e considerada a autora do mecanismo do
fator previdenciário. Segundo ela,
esse mecanismo não substitui a
necessidade de uma idade mínima para a aposentadoria, mas é
tecnicamente mais justo.
Solange disse que o fator foi inspirado nos regimes de capitalização -nos quais o benefício é calculado de acordo com o valor que
cada pessoa depositou e na sua
expectativa de sobrevida. Com isso, afirmou, não haverá desequilíbrio financeiro nas aposentadorias futuras.
Mas o déficit existente hoje não
será reduzido automaticamente.
No mês passado, por exemplo, o
déficit foi de R$ 822 milhões. De
janeiro a outubro, o rombo é de
R$ 6,6 bilhões. "A idade mínima
será fundamental porque não há
nada no país que impeça o aposentado de voltar ao mercado de
trabalho", disse ela.
Nessas condições, afirmou, a
aposentadoria é vista pelos segurados como renda complementar. Com a criação do fator o governo pretende estimular as pessoas a adiarem sua aposentadoria. Em troca, vão receber mais de
aposentadoria.
Solange disse que o mecanismo
do fator embute juros entre 1,95%
e 4,5% anuais. Quanto maiores a
idade e o tempo de contribuição,
maiores são os juros. O objetivo é
estimular os autônomos a contribuírem para o INSS.
(VS)
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