HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Cerca de 20 mil produtores rurais, segundo estimativa da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), fizeram manifestações ontem em 30 municípios do Estado pedindo ajuda ao governo federal.
A Famato afirma que os produtores de Mato Grosso tiveram prejuízo de R$ 3 bilhões na safra 2004/5 e não têm como pagar suas dívidas com bancos. O Estado é o maior produtor de soja (16,9 milhões de toneladas), o primeiro de algodão em pluma (626 mil toneladas), o segundo de arroz e o quarto de milho.
O presidente da Famato, Homero Pereira, disse que o aumento no custo de produção devido à alta nos preços dos insumos agrícolas, à queda na cotação do dólar e às despesas com fretes levaram ao prejuízo. As doenças na lavoura, as chuvas ao norte, a seca ao sul do Estado pioraram a situação, causando a perda de 2 milhões de toneladas de grãos.
"O custo de produção foi muito maior que o faturamento. Aqui [em Rondonópolis] nós tivemos a seca. A produtividade caiu. Teve agricultor que colheu 30 sacas por hectare e teve custo relativo a 57 sacas", afirmou Rogério Salles, presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja).
Segundo ele, os produtores querem que o governo faça negociação, relativa ao pagamento da dívida de R$ 3 bilhões que está vencendo, com bancos privados. A Famato pede que o governo crie linha de crédito para os produtores e reduza a taxa de juros.

Arrozeiros
Cerca de 2.000 arrozeiros de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul participaram ontem de ato público no km 412 da BR-101, no município de Araranguá (217 km de Florianópolis). O protesto durou cerca de duas horas e provocou congestionamento de um quilômetro, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Eles reivindicam medidas emergenciais por parte do governo federal para auxiliar a enfrentar a crise no setor.


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