|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRÉDITO
Decisão depende do Codefat e beneficiará agricultores do Sul; medida pode ajudar também os do Nordeste e do Centro-Oeste
Produtor terá R$ 1 bi do FAT para pagar dívida
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) deverá aprovar, no
próximo dia 2, a criação de uma
linha de crédito de R$ 1 bilhão para atender agricultores prejudicados pela estiagem na região Sul.
Produtores do Centro-Oeste e do
Nordeste também podem vir a ser
beneficiados pela medida.
Segundo o secretário-executivo
do Ministério do Trabalho, Alencar Ferreira, a linha de crédito tem
como objetivo combater a inadimplência dos agricultores do
Sul com seus fornecedores. A proposta de financiamento já está
aprovada no âmbito do governo e
agora só precisa da chancela dos
demais integrantes do conselho
(bancada dos empresários e dos
trabalhadores).
O empréstimo funcionará da
seguinte forma: o agente operador (Banco do Brasil) procurará
os fornecedores de máquinas, fertilizantes e defensivos, negociará
um desconto na dívida dos agricultores e quitará o débito.
Esse deságio será equivalente à
TJLP (Taxa de Juros de Longo
Prazo, hoje em 9,75% ao ano). Os
agricultores passarão então a dever ao Banco do Brasil -valor já
com o desconto.
O empréstimo poderá ser pago
em até 24 meses. Os juros anuais
cobrados são TJLP, menos um
ponto percentual, ou seja, 8,75%.
Isso equivale ao juro do crédito
rural de custeio.
"Essa é uma ação de Estado para
atender um setor da economia
que é muito sensível. É função do
FAT dar solução para esse tipo de
problema", disse Ferreira. Segundo ele, a medida é resultado da articulação entre os ministérios da
Agricultura e do Trabalho e a Casa Civil. "Serão atendidos os agricultores de todos os municípios
em que foi decretado estado de
emergência ou de calamidade pública", disse o presidente do Codefat, Lourival Dantas.
Medida em preparação
Ontem, o grupo de apoio técnico ao conselho trabalhava na preparação da medida. A Folha apurou que, embora ainda não tenha
sido fechada, a proposta de ampliar a linha de crédito para produtores do Centro-Oeste e do
Nordeste deve ser apresentada
pelo governo e aprovada na reunião do conselho.
Existe a preocupação, por
exemplo, com os produtores de
cana-de-açúcar de Alagoas. Há
também grande demanda do setor agropecuário de Mato Grosso.
A intenção é manter o valor de R$
1 bilhão para a linha de crédito caso o benefício seja estendido a outras regiões.
Dantas disse que não há razão
para que a linha de crédito não seja aprovada pelos conselheiros.
Segundo ele, qualquer ampliação
desse limite, no entanto, precisará
de novas análises técnicas.
O FAT destina seus recursos para o pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial (14�
salário) e o custeio de programas
de geração de emprego e renda,
além dos financiamentos do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) -que recebem 40% da receita total. O fundo é mantido
com a receita do PIS e do Pasep.
Texto Anterior: Energia: Perda da Petrobras na Bolívia deve ser de 50% Próximo Texto: Protestos por ajuda reúnem 20 mil no MT Índice
|