São Paulo, sábado, 21 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

China aumenta tarifas de têxteis

DA REDAÇÃO

A China anunciou ontem que vai aumentar as tarifas de exportação sobre 74 tipos de produtos têxteis, em mais uma tentativa de evitar um confronto com os Estados Unidos e a União Européia.
As tarifas, até 400% mais altas que as anteriores, passam a valer em 1� de junho. A maioria dos produtos terá tarifa de 1 yuan (US$ 0,12), e a maior é de 4 yuan (US$ 0,48). Entre os produtos que terão tarifas maiores, estão calças, camisetas e roupas íntimas. A China também reduziu as tarifas de exportação sobre alguns acessórios e três tipos de calções e shorts.
A China já havia adotado tarifas de exportação de 0,20 yuan a 0,30 yuan em janeiro deste ano, quando deixaram de vigorar as cotas mundiais de produtos têxteis. Essas tarifas foram, porém, insuficientes para impedir um salto nas exportações de produtos têxteis.
Analistas afirmam que, mesmo com as tarifas mais altas, os produtos chineses continuarão extremamente competitivos, devido à existência de grandes fábricas modernas no país e por causa dos baixos salários pagos aos trabalhadores.
Alguns comerciantes e revendedores da Europa e dos Estados Unidos protestaram ontem, ao dizer que as novas tarifas prejudicariam os que já assinaram contratos de longo prazo para importar roupas da China.
Fabricantes chineses relataram que alguns importadores europeus e americanos já reduziram suas compras de produtos da China e passaram a comprar de outros países, sob temor da imposição de salvaguardas por parte de seus governos.
O comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, foi cuidadoso em relação ao anúncio da China:
"Eu aprecio o que eles estão fazendo, mas terei que examinar cuidadosamente o efeito provável [das medidas] e se elas serão suficientes".
Já o governo francês afirmou que a medida era "importante". "As autoridades chinesas perceberam o problema que nós temos", disse Patrick Devedjian, ministro da Indústria da França.

Sem retrocesso
Apesar de o país ter aumentado as tarifas sobre os produtos têxteis voluntariamente, o ministro do Comércio da China, Bo Xilai, disse que não vai impor limites de volume às exportações. A decisão foi criticada por alguns especialistas, que dizem que isso seria mais eficiente para diminuir as exportações de têxteis do que o aumento nas tarifas.
"Fazer isso [limitar as exportações em volume] seria um desvio do princípio básico do acordo da OMC [Organização Mundial do Comércio] sobre têxteis e roupas. Nós não devemos retroceder", disse Bo.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Mudança no yuan não muda déficit, diz Greenspan
Próximo Texto: Asiáticos superam Itália e já são 4� destino turístico
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.