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China aumenta tarifas de têxteis
DA REDAÇÃO
A China anunciou ontem que
vai aumentar as tarifas de exportação sobre 74 tipos de produtos
têxteis, em mais uma tentativa de
evitar um confronto com os Estados Unidos e a União Européia.
As tarifas, até 400% mais altas
que as anteriores, passam a valer
em 1� de junho. A maioria dos
produtos terá tarifa de 1 yuan
(US$ 0,12), e a maior é de 4 yuan
(US$ 0,48). Entre os produtos que
terão tarifas maiores, estão calças,
camisetas e roupas íntimas. A
China também reduziu as tarifas
de exportação sobre alguns acessórios e três tipos de calções e
shorts.
A China já havia adotado tarifas
de exportação de 0,20 yuan a 0,30
yuan em janeiro deste ano, quando deixaram de vigorar as cotas
mundiais de produtos têxteis. Essas tarifas foram, porém, insuficientes para impedir um salto nas
exportações de produtos têxteis.
Analistas afirmam que, mesmo
com as tarifas mais altas, os produtos chineses continuarão extremamente competitivos, devido à
existência de grandes fábricas
modernas no país e por causa dos
baixos salários pagos aos trabalhadores.
Alguns comerciantes e revendedores da Europa e dos Estados
Unidos protestaram ontem, ao
dizer que as novas tarifas prejudicariam os que já assinaram contratos de longo prazo para importar roupas da China.
Fabricantes chineses relataram
que alguns importadores europeus e americanos já reduziram
suas compras de produtos da China e passaram a comprar de outros países, sob temor da imposição de salvaguardas por parte de
seus governos.
O comissário de Comércio da
União Européia, Peter Mandelson, foi cuidadoso em relação ao
anúncio da China:
"Eu aprecio o que eles estão fazendo, mas terei que examinar
cuidadosamente o efeito provável
[das medidas] e se elas serão suficientes".
Já o governo francês afirmou
que a medida era "importante".
"As autoridades chinesas perceberam o problema que nós temos", disse Patrick Devedjian,
ministro da Indústria da França.
Sem retrocesso
Apesar de o país ter aumentado
as tarifas sobre os produtos têxteis
voluntariamente, o ministro do
Comércio da China, Bo Xilai, disse que não vai impor limites de
volume às exportações. A decisão
foi criticada por alguns especialistas, que dizem que isso seria mais
eficiente para diminuir as exportações de têxteis do que o aumento nas tarifas.
"Fazer isso [limitar as exportações em volume] seria um desvio
do princípio básico do acordo da
OMC [Organização Mundial do
Comércio] sobre têxteis e roupas.
Nós não devemos retroceder",
disse Bo.
Com agências internacionais
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