São Paulo, sábado, 21 de maio de 2005

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Alimentos têm perda de margem

DA REPORTAGEM LOCAL

Os setores que tiveram redução de margem líquida (lucro sobre as receitas) foram os que sofreram impacto de queda de preços e pressão de custos. O setor de alimentos e bebidas, por exemplo, viu sua margem de lucro encolher de 9,7% no primeiro trimestre do ano passado para 4,5% neste ano.
Três fatores pesaram nesse resultado: recuo de vendas externas, de preços e perdas com o câmbio, segundo analistas. "No ano passado, Sadia e Perdigão tiveram recorde de exportação ao ocupar o espaço deixado pelos produtores asiáticos atingidos pela gripe do frango", explica Marcio Kawassaki, analista dos setor de alimentos da Fator Corretora.
Os preços, que no ano passado saltaram de US$ 1.000 a tonelada de frango para US$ 1.800, recuaram neste ano para US$ 1.200. "Além disso, a desvalorização do dólar fez encolher as receitas das exportações em reais", diz ele. O impacto sobre a margem das empresas foi grande, pois o frango representa 80% das exportações da Sadia e da Perdigão, segundo o analista.
Já a AmBev, que registrou o maior lucro do setor -R$ 145,5 milhões, corrigidos pelo IPCA até 1� de maio-, deve seu desempenho à expansão das vendas de cerveja e ao ganho de market share. "Ela recuperou seu patamar histórico de participação de mercado, ao atingir 67,5% em março", diz Kawassaki.
O setor de papel e celulose também registrou queda de lucro e de margem no primeiro trimestre. "Os preços do setor também são regulados pelos preços internacionais, que ficaram estacionados em torno de US$ 350 a tonelada", diz Jorge Simino, da MS Consult.
Para avaliar o peso da expansão das receitas das empresas no seu resultado final, a Economática analisou os balanços de 205 companhias abertas desde 2000. Dessas, 103 bateram recorde de receitas no primeiro trimestre deste ano. "Seja por aumento de volume ou de preços, o primeiro trimestre deste ano foi marcado por recordes de receitas", diz Fernando Exel, da Economática.


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