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Alimentos têm perda de margem
DA REPORTAGEM LOCAL
Os setores que tiveram redução
de margem líquida (lucro sobre as
receitas) foram os que sofreram
impacto de queda de preços e
pressão de custos. O setor de alimentos e bebidas, por exemplo,
viu sua margem de lucro encolher
de 9,7% no primeiro trimestre do
ano passado para 4,5% neste ano.
Três fatores pesaram nesse resultado: recuo de vendas externas,
de preços e perdas com o câmbio,
segundo analistas. "No ano passado, Sadia e Perdigão tiveram recorde de exportação ao ocupar o
espaço deixado pelos produtores
asiáticos atingidos pela gripe do
frango", explica Marcio Kawassaki, analista dos setor de alimentos
da Fator Corretora.
Os preços, que no ano passado
saltaram de US$ 1.000 a tonelada
de frango para US$ 1.800, recuaram neste ano para US$ 1.200.
"Além disso, a desvalorização do
dólar fez encolher as receitas das
exportações em reais", diz ele. O
impacto sobre a margem das empresas foi grande, pois o frango
representa 80% das exportações
da Sadia e da Perdigão, segundo o
analista.
Já a AmBev, que registrou o
maior lucro do setor -R$ 145,5
milhões, corrigidos pelo IPCA até
1� de maio-, deve seu desempenho à expansão das vendas de
cerveja e ao ganho de market share. "Ela recuperou seu patamar
histórico de participação de mercado, ao atingir 67,5% em março", diz Kawassaki.
O setor de papel e celulose também registrou queda de lucro e de
margem no primeiro trimestre.
"Os preços do setor também são
regulados pelos preços internacionais, que ficaram estacionados
em torno de US$ 350 a tonelada",
diz Jorge Simino, da MS Consult.
Para avaliar o peso da expansão
das receitas das empresas no seu
resultado final, a Economática
analisou os balanços de 205 companhias abertas desde 2000. Dessas, 103 bateram recorde de receitas no primeiro trimestre deste
ano. "Seja por aumento de volume ou de preços, o primeiro trimestre deste ano foi marcado por
recordes de receitas", diz Fernando Exel, da Economática.
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