da Reportagem Local

As financiadoras de crédito aproveitam a chegada do Natal para renegociar dívidas de seus financiados e investir em marketing para conseguir novos clientes nesta época de 13� salário.
Para a Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), essas campanhas estão dentro da estratégia das instituições de incrementar a concessão de crédito para aumentar as chances de lucro no futuro.
Ricardo Malcon, presidente da Acrefi, afirma que dois aspectos devem ser analisados em relação às ofertas de renegociação de dívidas feitas pelas financiadoras.
O primeiro seria oferecer condições necessárias para que os clientes façam suas compras de Natal sem serem barrados no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). O segundo seria dar oportunidade para que eles limpem seus nomes junto a essas empresas.
Malcon classifica essa prática como "sadia" e explica o processo geral da negociação. "A financiadora coloca à disposição do consumidor mais dinheiro e parcela o valor total. Como o valor emprestado é maior, ele pode cobrar taxas de juros especiais, menores que as do mercado."
Ele ainda afirma que a mentalidade das empresas que oferecem crédito no Brasil está mudando nos últimos anos devido ao crescimento do poder aquisitivo da população em geral, o que ele atribui ao Plano Real.
"Os bancos passaram a procurar pessoas para oferecer crédito, em um processo inverso ao que ocorria em um passado próximo, principalmente por causa da redução dos juros."
A estratégia das financiadoras para obter mais clientes e distribuir mais empréstimos vai desde a redução na taxa cobrada até a propaganda direta, por folhetos distribuídos na rua e outdoor.
As pessoas que trabalham nessa área afirmam que o mercado brasileiro ainda é pequeno, mas está crescendo. "Nos Estados Unidos, quanto mais a pessoa está endividada mais ela vale", afirma a gerente de marketing do banco Panamericano, Magui Malta.
A Fininvest também está investindo na aproximação do Natal para limpar o nome de seus clientes. A empresa pretende financiar a dívida de 500 mil clientes em até 80%, dependendo do tempo em que estiver devendo. No Brasil, a Fininvest atende mais de 11 milhões de clientes.
"Atualizamos o valor do empréstimo desde o momento em que ele foi contraído até hoje. Às vezes, ficamos no prejuízo, mas o importante é estimular o crédito", afirma Wagner Montemurro, diretor de cobrança da Fininvest.
Além do financiamento, a promoção também inclui a retirada do nome do cliente do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
"Quando o acordo de refinanciamento é formalizado, a gente limpa o nome da pessoa, mas se ela rompe o acordo nós mandamos o nome dela de volta para o cadastro do SPC."
A Fináustria, que substituiu a financiadora do Mappin, comprada pelo BBA, atua junto a autônomos, assalariados e aposentados, que recebem empréstimos a juros de 9% ao mês.
Segundo Romildo Nascimento, supervisor da Fináustria, a inadimplência do crédito pessoal não é alta, porque o contato é feito pessoalmente. "Os valores emprestados são baixos, o que diminui o risco." (RSS)


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