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BEBIDAS
Empresa gastará R$ 150 milhões em marketing no próximo ano; objetivo é reforçar o nome da cerveja
Antarctica investe para valorizar marca
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
da Reportagem Local
A Antarctica resolveu jogar todas as suas fichas no próximo ano
na cerveja Antarctica.
Depois de ter investido cerca de
R$ 30 milhões no prazo de um
ano a partir do final de 97 no lançamento da cerveja Bavaria, a
companhia adotou agora uma estratégia de valorização da marca
Antarctica Pilsen, que detém
atualmente apenas 14,5% do mercado brasileiro, perdendo para
nomes como Brahma e Skol e empatando com a Kaiser.
Dos R$ 150 milhões de investimento em marketing que a empresa planeja para o próximo
ano, a maior parte será destinada
a reforçar o nome Antarctica, tanto no que se refere a cerveja como
a refrigerantes.
E a fusão com a Brahma, anunciada neste semestre para formar
a AmBev, não vai significar, de
forma alguma, o fim da marca
Antarctica, um dos poucos nomes de produtos brasileiros com
mais de cem anos e que se transformou em sinônimo de cerveja.
Marca desvalorizada
A companhia reconhece que o
lançamento da Bavaria, há dois
anos, acabou desvalorizando a
marca Antarctica e que parte dos
5% de participação no mercado
da Bavaria foi conseguido em cima da cerveja mais antiga.
"O sucesso da Bavaria apagou
um pouco o brilho da marca Antarctica", diz Miguel Patrício, gerente geral da empresa.
Ao decidir concentrar suas forças de marketing e de distribuição
na cerveja Antarctica, a empresa
corre o risco de repetir o que
ocorreu com o lançamento da Bavaria, só que de forma inversa.
"Poderá haver uma canibalização da Bavaria, mas se pudesse escolher preferiria que os 5% da Bavaria passassem para a Antarctica
Pilsen", afirma Patrício.
No cargo há apenas três meses e
contratado originalmente pela
Brahma, Patrício diz que a mudança na estratégia da Antarctica
não foi tomada depois que a empresa entrou no processo de fusão
com a Brahma, mas já tinha sido
iniciada com a campanha publicitária anterior, que procurava relacionar a marca com festa e pretendia rejuvenescer a marca.
"A campanha anterior conseguiu estancar a tendência de queda na participação no mercado,
mas não aumentá-la. Nossa meta
agora é chegar ao final de 2000
com a marca Antarctica próxima
dos 20% do mercado."
Homens
Os anúncios que começaram a
ser veiculados na TV na quinta-feira, criados pela agência
DM9DDB e estrelados pelo ator
Luiz Fernando Guimarães, procuram atingir um público mais
amplo do que o alcançado pela
campanha anterior, cujo foco era
o consumidor mais jovem.
São seis filmes para televisão em
que se procura alcançar principalmente os homens, responsáveis por cerca de 65% do consumo de cerveja no país.
"A campanha anterior acabou
rejuvenescendo demais a imagem
da cerveja Antarctica, não combinando com o restante da estratégia de venda", diz Afonso Serra,
diretor da DM9.
"O sistema de distribuição, a
embalagem, a presença nos pontos-de-venda, tudo isso não combina com a ênfase em um consumidor mais jovem, descolado,
moderninho, focado na campanha anterior", afirma Serra.
Numa segunda fase publicitária, a empresa vai deslanchar uma
campanha de divulgação do guaraná Antarctica, "um produto
que também ficou um pouco esquecido nos últimos tempos", segundo Patrício.
Fusão
Em novembro, a Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) anunciou que a criação da
AmBev só será aprovada pelo governo se a empresa vender a Skol
a terceiros. A Skol foi comprada
pela Brahma em 80.
A decisão da Seae não é definitiva. O caso ainda passa pela análise
da Secretaria de Direito Econômico e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
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