São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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FIM DE ANO
Vendas em shoppings cresceram cerca de 15%; nas ruas, ambulantes esperavam desempenho melhor
13� salário anima o comércio em SP

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Malba Bethânia (dir.) experimenta gravata com ajuda da amiga Violeta Rubio


RUI DA SILVA SANTOS
da Reportagem Local
Com a disponibilidade do pagamento da segunda parcela do 13� salário e a aproximação do Natal, o desempenho das vendas nos shoppings neste final de semana superou as expectativas, com aumento de cerca de 15% nas vendas em relação ao final de semana que antecedeu o Natal de 1998.
"Este Natal tende a ser um pouco melhor que o do ano anterior, quando os juros e a inadimplência estavam altos e havia fuga de capitais, mas não é comparável aos finais de ano no início do Plano Real", segundo Emílio Alfieri, economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
Segundo a previsão de Alfieri, as consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) poderiam aumentar 15% em relação ao final de semana anterior.
Os shoppings consultados pela Folha tiveram um grande movimento de pessoas entre sexta-feira e ontem, o que animou os comerciantes e provocou uma reavaliação sobre o desempenho das vendas.
Nos shoppings da rede Plaza (West Plaza, Plaza Sul e Paulista), o número de pessoas que foram às compras foi 30% superior ao final de semana que antecedeu o Natal de 1998. Isso levou o shopping a modificar a previsão de vendas, passando de um aumento de 10% para 20%, segundo a gerente-geral de marketing, Eleonora Ramos.
Carla Bordon, do shopping Interlagos, afirma que o local ficou lotado desde a abertura até o fechamento das lojas. A estimativa é de que 20 mil pessoas visitaram o local, contra 16 mil no mesmo período de 1998. Devido a esse movimento, a previsão de aumento nas vendas foi alterada de 15% para 20%.
O mesmo ocorreu com o shopping Metrô Tatuapé, que, de um público normal de 140 mil pessoas por final de semana, tinha uma estimativa de receber 230 mil pessoas até ontem.
Para a gerente de marketing Neliana Pucci, esse público foi o principal responsável pela alteração da expectativa do shopping em relação às vendas do final de ano, que passou do crescimento de 10% para 15%.
Os vendedores, entretanto, afirmam que as vendas de ontem poderiam até ser melhores, se não fossem o jogo entre Corinthians e Atlético Mineiro e o calor, que afastaram os compradores.
"O movimento da loja está bom, mas não como deveria. O 13� ajuda a vender, mas não compensa a falta de dinheiro e o desemprego", disse a gerente da Handbook, loja de moda jovem, Daniela Pedrosa.
A atendente de telemarketing Patrícia Leal, 20, não pode se queixar. Com salário de R$ 650, ela aproveitou o pagamento do 13� para comprar uma camiseta para o irmão e uma blusa para a prima, pagando R$ 60.
Apesar de afirmar que iria gastar somente o necessário, ela acabou comprando um microsystem e uma camiseta para o namorado, no total de R$ 213.

Nas ruas, nem tanto
Os vendedores de rua não compartilham do otimismo dos shoppings: quase todos reclamam de vendas fracas, se bem que conseguiram faturar um pouco mais em relação aos dias normais.
"Outros períodos de Natal foram bons. Se não fosse o desemprego, este poderia ser melhor", diz o vendedor Francisco Fabrício, 28, que até a manhã de ontem havia vendido somente uma carteira, por R$ 10.
A vendedora de calças Elza Nunes está há dois meses trabalhando nas ruas de São Paulo. Apesar de reclamar que anda faturando pouco, ela ainda conseguiu vender R$ 450 em produtos, no sábado, contra a média de R$ 80 que vende nos dias normais.


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