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"Não foi um erro, só aprimoramos a lei"
DA REPORTAGEM LOCAL
A autorização para que as concessionárias usassem recursos do
programa contra o desperdício de
energia em projetos de modernização não foi um erro do governo,
segundo José Gabino, superintendente da comercialização da eletricidade da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
"Naquele momento, o incentivo
era correto porque as perdas nas
linhas de transmissão eram enormes", afirma.
Esse tipo de incentivo não equivale a privatizar um recurso público, diz.
Para ele, o aumento na eficiência no sistema, obtido com a troca
de linhas de transmissão e geradores, produzem mais energia e
beneficia o consumidor.
"Como a concessionária está
produzindo mais energia, eu posso dar um reajuste menor na tarifa, e isso é benefício direto para o
consumidor", exemplifica.
A mudança da legislação no ano
passado, quando foi reduzido o limite dos gastos dentro da própria
concessionária, não foi um reconhecimento do eventual equívoco
cometido antes, afirma.
"Não foi um erro, só aprimoramos a lei", diz o engenheiro. "Sentimos que a parte de eficiência das
empresas seria feita pela própria
concessionária. Seria errado ter
mantido o incentivo."
Pesquisa
A lei aprovada em julho do ano
passado alterou também as cotas
destinadas a evitar desperdício e
para pesquisa e desenvolvimento.
Antes da lei, do 1% da receita das
concessionárias, 0,9% iam para
programas contra o desperdício e
0,1% para pesquisa.
A Aneel, diz Gabino, supunha
que as empresas investiriam espontaneamente em pesquisa, o
que não ocorreu. Em razão disso,
o governo decidiu elevar de 0,1%
para 0,5% a fração destinada a
pesquisa e reduzir os recursos
contra desperdício.
Ele reconhece que essa parte da
lei pode ser mudada de novo:
"Hoje, talvez a visão fosse diferente, porque a redução de consumo
tornou-se prioridade absoluta".
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