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Apesar dos aumentos, rentabilidade seria baixa
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Câmara Brasileira dos Investidores em Energia,
Roberto Procópio Lima Netto,
afirma que, apesar de as tarifas terem sido reajustadas acima da inflação nos últimos anos, as distribuidoras estão com rentabilidade
negativa.
""O povão acha que as distribuidoras estão enchendo o bolso de
dinheiro, mas esses aumentos são
para cobrir custos criados pelo
próprio governo", diz.
Para contrapor ao levantamento do governo, a entidade apresenta uma tabela preparada pela
consultoria internacional A.T.
Kearney, mostrando que as distribuidoras brasileiras tiveram rentabilidade (lucro líquido/ativo)
zero no ano passado e de 5% negativos em 1999.
Enquanto isso, no mercado internacional, a rentabilidade média das distribuidoras seria de
12,9% ao ano.
O mesmo estudo, segundo Lima Netto, mostrou uma defasagem nas tarifas nos últimos dois
anos equivalente a 3,6% da receita
das empresas.
O cálculo foi feito com uma
amostra de sete distribuidoras.
""Se o governo não conceder o
reajuste extraordinário, ninguém
investirá no setor", afirma.
Uma das divergências entre a
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e as distribuidoras é a
correção financeira dos custos decorrente do aumento da conta de
consumo de combustível.
As empresas reivindicam o repasse automático dos custos para
a tarifa ou a criação de uma conta,
onde os custos seriam contabilizados e acrescidos de juros.
A agência diz que pode não
aceitar a incidência dos juros por
não estar prevista nos contratos
de concessão.
(ELVIRA LOBATO)
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