São Paulo, domingo, 20 de maio de 2001

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Apesar dos aumentos, rentabilidade seria baixa

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Câmara Brasileira dos Investidores em Energia, Roberto Procópio Lima Netto, afirma que, apesar de as tarifas terem sido reajustadas acima da inflação nos últimos anos, as distribuidoras estão com rentabilidade negativa.
""O povão acha que as distribuidoras estão enchendo o bolso de dinheiro, mas esses aumentos são para cobrir custos criados pelo próprio governo", diz.
Para contrapor ao levantamento do governo, a entidade apresenta uma tabela preparada pela consultoria internacional A.T. Kearney, mostrando que as distribuidoras brasileiras tiveram rentabilidade (lucro líquido/ativo) zero no ano passado e de 5% negativos em 1999.
Enquanto isso, no mercado internacional, a rentabilidade média das distribuidoras seria de 12,9% ao ano.
O mesmo estudo, segundo Lima Netto, mostrou uma defasagem nas tarifas nos últimos dois anos equivalente a 3,6% da receita das empresas.
O cálculo foi feito com uma amostra de sete distribuidoras.
""Se o governo não conceder o reajuste extraordinário, ninguém investirá no setor", afirma.
Uma das divergências entre a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e as distribuidoras é a correção financeira dos custos decorrente do aumento da conta de consumo de combustível.
As empresas reivindicam o repasse automático dos custos para a tarifa ou a criação de uma conta, onde os custos seriam contabilizados e acrescidos de juros.
A agência diz que pode não aceitar a incidência dos juros por não estar prevista nos contratos de concessão.
(ELVIRA LOBATO)


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