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BNDES estuda medidas de apoio a frigoríficos, inclusive apoio a fusões
Com queda na demanda e redução na exportação, setor tem gargalo de caixa
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
O presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
Luciano Coutinho, disse que o
banco estuda medidas de apoio
ao setor frigorífico, que podem
ser anunciadas em abril.
"Não vemos nenhum problema sistêmico, vemos problemas pontuais. Estamos analisando a pertinência de alguma
medida setorial, olhando o lado
das nossas linhas de capital de
giro", disse. Coutinho evitou
mencionar casos específicos de
empresas, mas afirmou que o
banco pode apoiar a compra de
uma companhia por outra.
"Sempre que uma estruturação
empresarial cria valor, resolve
problemas, o banco pode
apoiar", disse.
Seis frigoríficos já pediram
recuperação judicial. O Independência é o primeiro de
grande porte. Os demais são
Arantes, Frigoestrela, Margen,
IFC e Quatro Marcos. O
BNDES suspendeu a segunda
etapa de um aporte de capital
de R$ 200 milhões previsto para o Independência porque a
empresa não cumpriu os requisitos do banco.
A crise mundial, que provocou queda na demanda e redução nas exportações, foi um dos
principais motivos dos gargalos
de caixa dos frigoríficos.
O estreitamento de margem,
no entanto, também teve peso
nessa falta de liquidez dos frigoríficos e a origem é anterior a
essa crise. O estreitamento de
margens já vem sendo anunciado há dois anos, devido à entrada do ciclo de alta dos preços do
boi gordo.
"Enquanto alertávamos para
a virada de preço do boi, os frigoríficos adotavam estratégias
ousadas de crescimento. Era
uma política temerária", segundo José Vicente Ferraz, diretor técnico da AgraFNP.
A alta da arroba de boi gordo,
que chegou a R$ 96 em junho
do ano passado, elevou os custos dos frigoríficos, que não
conseguiram repassar os preços para o consumidor, principalmente devido à concentração das vendas em poucas redes de supermercados.
Pequenas empresas
O BNDES assinou ontem
com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) um
contrato de empréstimo de
US$ 1 bilhão para empréstimos
para micro, pequenas e médias
empresas. O banco já negocia
uma nova linha de crédito de
US$ 3 bilhões para micro e pequenas empresas com o BID, e
a primeira etapa, de US$ 1 bilhão, pode ser aprovada no âmbito do BID ainda neste ano.
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