São Paulo, sexta-feira, 20 de março de 2009

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BNDES estuda medidas de apoio a frigoríficos, inclusive apoio a fusões

Com queda na demanda e redução na exportação, setor tem gargalo de caixa

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, disse que o banco estuda medidas de apoio ao setor frigorífico, que podem ser anunciadas em abril.
"Não vemos nenhum problema sistêmico, vemos problemas pontuais. Estamos analisando a pertinência de alguma medida setorial, olhando o lado das nossas linhas de capital de giro", disse. Coutinho evitou mencionar casos específicos de empresas, mas afirmou que o banco pode apoiar a compra de uma companhia por outra. "Sempre que uma estruturação empresarial cria valor, resolve problemas, o banco pode apoiar", disse.
Seis frigoríficos já pediram recuperação judicial. O Independência é o primeiro de grande porte. Os demais são Arantes, Frigoestrela, Margen, IFC e Quatro Marcos. O BNDES suspendeu a segunda etapa de um aporte de capital de R$ 200 milhões previsto para o Independência porque a empresa não cumpriu os requisitos do banco.
A crise mundial, que provocou queda na demanda e redução nas exportações, foi um dos principais motivos dos gargalos de caixa dos frigoríficos.
O estreitamento de margem, no entanto, também teve peso nessa falta de liquidez dos frigoríficos e a origem é anterior a essa crise. O estreitamento de margens já vem sendo anunciado há dois anos, devido à entrada do ciclo de alta dos preços do boi gordo.
"Enquanto alertávamos para a virada de preço do boi, os frigoríficos adotavam estratégias ousadas de crescimento. Era uma política temerária", segundo José Vicente Ferraz, diretor técnico da AgraFNP.
A alta da arroba de boi gordo, que chegou a R$ 96 em junho do ano passado, elevou os custos dos frigoríficos, que não conseguiram repassar os preços para o consumidor, principalmente devido à concentração das vendas em poucas redes de supermercados.

Pequenas empresas
O BNDES assinou ontem com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) um contrato de empréstimo de US$ 1 bilhão para empréstimos para micro, pequenas e médias empresas. O banco já negocia uma nova linha de crédito de US$ 3 bilhões para micro e pequenas empresas com o BID, e a primeira etapa, de US$ 1 bilhão, pode ser aprovada no âmbito do BID ainda neste ano.


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