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Empresas que prestam serviço ao governo são suspeitas de fraude
Três empresas de informática foram alvo de ação da PF ontem; elas negam cartel
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As três maiores empresas de
informática com contratos com
o governo federal (CTIS, Politec e Poliedro, todas com escritório em Brasília) foram alvo
ontem de operação da Polícia
Federal e da SDE (Secretaria de
Direito Econômico), que aponta indícios de formação de cartel para fraudar licitações.
Esse tipo de serviço, prestado
ao governo federal, movimenta
cerca de R$ 1 bilhão. A SDE, ligada ao Ministério da Justiça,
não tem estimativa do possível
prejuízo aos cofres públicos. A
suspeita é que as empresas dividiam entre si os contratos e
forjavam a concorrência.
As suspeitas sobre as empresas começaram após denúncia
do Ministério da Educação, em
2005. Logo, outras apareceram. Segundo a SDE, em alguns
casos, empresas menores ajudavam na fraude, oferecendo
propostas com problemas. Assim, ficavam uma ou duas concorrentes. Em outros, muitas
empresas buscavam o edital,
mas só duas faziam proposta.
Ontem, a PF apreendeu documentos e computadores nas
três empresas. Também foram
expedidos mandados de busca
e apreensão no Sindicato de
Empresas de Informática do
DF e na Policentro, suspeitos
de atuarem no suposto cartel.
A diretora do Departamento
de Proteção e Defesa Econômica, Ana Paula Martinez, disse
que essa foi a primeira operação de combate a cartel em licitações em compras dos ministérios e afirmou que compras
do Judiciário e do Legislativo
também serão investigadas.
A SDE e a PF vão analisar o
material apreendido e, depois,
a SDE deve instaurar processo.
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pode multar os envolvidos e proibi-los de participar de licitações públicas. A PF abriu inquérito para investigar possível
formação de cartel e quadrilha.
A Poliedro informa, via assessoria, que prestou as informações pedidas pela autoridade judicial. A CTIS disse que
atendeu toda solicitação, pois
"não há qualquer fato que desabone sua conduta". A Policentro afirmou ter sido envolvida
porque seu escritório funciona
próximo ao sindicato e negou
participação no caso. Segundo
a Politec, "há absoluto interesse no esclarecimento das questões levantadas e na apuração
rigorosa dos fatos". Procurado,
o sindicato não ligou de volta.
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