São Paulo, sexta-feira, 20 de março de 2009

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Empresas que prestam serviço ao governo são suspeitas de fraude

Três empresas de informática foram alvo de ação da PF ontem; elas negam cartel

LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As três maiores empresas de informática com contratos com o governo federal (CTIS, Politec e Poliedro, todas com escritório em Brasília) foram alvo ontem de operação da Polícia Federal e da SDE (Secretaria de Direito Econômico), que aponta indícios de formação de cartel para fraudar licitações.
Esse tipo de serviço, prestado ao governo federal, movimenta cerca de R$ 1 bilhão. A SDE, ligada ao Ministério da Justiça, não tem estimativa do possível prejuízo aos cofres públicos. A suspeita é que as empresas dividiam entre si os contratos e forjavam a concorrência.
As suspeitas sobre as empresas começaram após denúncia do Ministério da Educação, em 2005. Logo, outras apareceram. Segundo a SDE, em alguns casos, empresas menores ajudavam na fraude, oferecendo propostas com problemas. Assim, ficavam uma ou duas concorrentes. Em outros, muitas empresas buscavam o edital, mas só duas faziam proposta.
Ontem, a PF apreendeu documentos e computadores nas três empresas. Também foram expedidos mandados de busca e apreensão no Sindicato de Empresas de Informática do DF e na Policentro, suspeitos de atuarem no suposto cartel.
A diretora do Departamento de Proteção e Defesa Econômica, Ana Paula Martinez, disse que essa foi a primeira operação de combate a cartel em licitações em compras dos ministérios e afirmou que compras do Judiciário e do Legislativo também serão investigadas.
A SDE e a PF vão analisar o material apreendido e, depois, a SDE deve instaurar processo. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pode multar os envolvidos e proibi-los de participar de licitações públicas. A PF abriu inquérito para investigar possível formação de cartel e quadrilha.
A Poliedro informa, via assessoria, que prestou as informações pedidas pela autoridade judicial. A CTIS disse que atendeu toda solicitação, pois "não há qualquer fato que desabone sua conduta". A Policentro afirmou ter sido envolvida porque seu escritório funciona próximo ao sindicato e negou participação no caso. Segundo a Politec, "há absoluto interesse no esclarecimento das questões levantadas e na apuração rigorosa dos fatos". Procurado, o sindicato não ligou de volta.


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