São Paulo, domingo, 19 de março de 2000


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JUSTIÇA
Falência da Giovanna Fábrica é investigada

LÁSZLÓ VARGA
da Reportagem Local

A empresária Jeanette Kupfer -ex-proprietária da marca de roupas e cosméticos Giovanna Baby- e suas filhas Mariana, Helena e Karen vão passar por uma devassa judicial. O juiz da 31� Vara Cível de São Paulo, Sérgio Gomes, determinou a verificação de quem realmente é dono dos bens de três empresas registradas com os nomes de Jeanette e suas filhas.
O objetivo é levantar recursos para cobrir os rombos da Giovanna Fábrica, indústria que fabricava produtos Giovanna Baby e que faliu em agosto de 97. O pedido de verificação dos bens partiu do Ministério Público.
"Tudo indica que houve fraude e que Jeanette transferiu bens da companhia antes da falência", afirmou à Folha a promotora Anna Yaryd. Um dos objetivos do Ministério Público é colocar em leilão a marca Giovanna Baby, que pertence hoje à empresa Baby World. A marca valeria cerca de US$ 1,5 milhão.
A Giovanna Fábrica deve cerca de US$ 1 milhão apenas em impostos. Segundo Anna, a patente Giovanna Baby também pode ter sido transferida para a Baby World como forma de salvar patrimônio de Jeanette. "Havia uma ligação entre ela e Jackues Broder, que adquiriu a marca e foi sócio da Baby World". Agora, depois se desentender com Broder, Jeanette estaria disposta a reaver a marca.
A decisão do juiz atinge as empresas GBB, Gibi, Texport e também a HK, esta registrada apenas em nome de Jeanette. Procurada em sua casa pela Folha, a empresária não foi localizada. Mariana, uma das filhas, disse desconhecer o assunto. "Não sei se tenho participação em alguma dessas empresas".
A quebra da Giovanna Fábrica ocorreu na mesma época da falência da indústria O Alquimista, de Broder. A promotora acredita que houve uma manobra de transferência de bens das duas empresas para a Baby World.
Também considera estranho o fato de Jeanette ter transferido sua fábrica, instalada em três andares de um prédio, para o subsolo de uma casa, às vésperas da quebra.



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