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Empresa nos EUA cobra dívida da VarigLog
ALAN GRIPP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O empresário Braulio Carvalho, dono da Solutions Group
USA, com sede em Miami, nos
EUA, disse ontem ter rompido
o fornecimento de peças de
aviões à VarigLog por causa de
uma dívida de cerca de US$ 500
mil da companhia aérea. Carvalho disse que há quatro meses
não consegue sequer falar com
diretores da companhia para
cobrar o valor devido.
A afirmação é uma resposta à
acusação de que a Solutions foi
usada pelos sócios brasileiros
da VarigLog para desviar dinheiro da empresa. A suspeita
foi levada à Justiça pelo fundo
americano Matlin Patterson,
que trava uma batalha judicial
com os empresários brasileiros
pelo comando da companhia.
Procurada pela reportagem,
a VarigLog -gerida por um interventor nomeado pela Justiça- informou que não iria se
pronunciar.
Em petição anexada ao processo que corre na 17� Vara Cível de São Paulo, o fundo americano diz que a Solutions e outras três empresas "estão ou estiveram" no nome do empresário Marco Antonio Audi, sócio
da VarigLog. O fundo acusa Audi de ter remetido à Solutions
R$ 1,44 milhão em 15 de fevereiro deste ano, horas depois de
ter sido afastado pela Justiça
do comando da companhia.
Carvalho negou ontem, por
telefone, que Audi seja ou tenha sido proprietário da Solutions. Ele diz que fundou a empresa em 2007 e que sempre foi
o único proprietário. "É minha
companhia, sempre foi. Tínhamos contato diretamente com
o Audi, mas ele nunca interferiu na empresa", disse.
Segundo ele, a VarigLog já estava em situação ruim e não tinha mais acesso a crédito nos
EUA quando a Solutions passou a lhe prestar serviços. A
empresa, de acordo com Carvalho, fornecia peças de todos os
tipos para 16 aviões da VarigLog, de simples parafusos a
componentes dos motores.
Mas, segundo o empresário,
desde que os sócios foram afastados pela Justiça, a Solutions
deixou de receber. "Já rompi os
serviços à VarigLog. Tem quatro meses que solicitei a presença do interventor ou de
qualquer diretor. Mandei e-mails, telefonei e nada."
Carvalho disse que "tomará
as medidas cabíveis" para obrigar o chinês Lap Chan, representante do Matlin Patterson, a
provar suas denúncias. "Elas
prejudicam a nossa relação
com outras companhias de pequeno porte", afirmou.
Até o fechamento desta edição, Chan não se pronunciou.
Procurado, Audi não respondeu às ligações da reportagem.
"Descapitalização"
No processo judicial, o fundo
afirma que os sócios brasileiros
"descapitalizaram brutalmente" a VarigLog e a Volo do Brasil
(empresa que comprou a VarigLog) a partir de junho de 2007
e passaram a "canalizar" os recursos para as empresas.
O Matlin Patterson vai além:
acusa seus ex-sócios de remeterem recursos para essas empresas "mediante o pagamento,
em regra, de faturas e notas que
não retratam a real prestação
dos serviços ou a transferência
dos bens nela indicados".
Carvalho nega e diz que fazia
as compras pedidas pela VarigLog e as remetia ao Rio de Janeiro, onde ficaria o departamento alfandegário da companhia aérea de cargas.
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