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FINANÇAS
Indicado para o BC deve ir ao Senado nesta semana; analistas já contam com alta dos juros na reunião do Copom
Investidor aguarda sabatina de Meirelles
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na última semana com cinco
dias úteis de 2002, os holofotes estarão voltados para a sabatina de
Henrique Meirelles, indicado para a presidência do Banco Central,
para notícias sobre sua futura
equipe de diretores e para a próxima reunião do Copom.
Inflação, rolagem da dívida pública e cenário externo continuam
a preocupar, mas uma parcela de
analistas diz que a Bovespa (Bolsa
de Valores de São Paulo) pode começar a dar a tradicional melhoradinha de fim de ano.
Na tentativa de entender a linha
de política econômica do novo
governo, até aumento de juros
pode vir a repercutir bem na Bolsa. Depois de uma primeira reação negativa à escolha para o comando do Banco Central, executivos do mercado já destacavam,
no final da semana, o bom relacionamento internacional de
Meirelles, que esteve à frente do
BankBoston, nos Estados Unidos,
por seis anos. A sabatina no Senado deve ocorrer nesta semana.
A crítica feita ao indicado de Lula é que Meirelles não seria um
formulador de política econômica e geraria temor de uso político
do BC, em razão de sua recente
candidatura a deputado federal,
apesar de sua desistência da diplomação.
"A nomeação melhora a percepção externa do Brasil. Linhas
comerciais podem voltar em fevereiro, mas falta na nova equipe
quem tenha as diretrizes estratégicas dos desafios macroeconômicos", diz o economista chefe do
BBV, Octavio de Barros.
"Por isso, agora, o mercado
quer conhecer a diretoria do BC",
diz o consultor Alexandre Póvoa.
Os novos diretores do Banco
Central, porém, só devem ser conhecidos em janeiro.
Na sexta-feira, era visível a melhora de humor. "Chegamos ao final do ano muito melhor do que
imaginávamos", afirma Walter
Mendes, da Schroder Brasil.
"O PT surpreendeu positivamente. O resultado pode ser a volta do crédito e a queda do risco
Brasil gradualmente. A pressão
cambial deverá ser inferior em
2003", diz Barros.
A bem sucedida rolagem de
92,9% do vencimento de US$ 1,7
bilhão em papéis cambiais na
quarta-feira sugere que o dólar
pode ficar menos pressionado.
"Mas o mercado pode tentar
antecipar o próximo vencimento,
marcado para o dia 2 de janeiro",
diz Mendes.
Já há um consenso entre economistas de que o Copom (Comitê
de Política Monetária) deverá elevar os juros básicos, (taxa Selic)
na próxima quarta-feira. Mas há
divergências quanto ao percentual de aumento: seria de um a
três pontos percentuais.
"O aumento seria o caminho
mais certo para diminuir juros lá
na frente. Se houver ajuste mais
forte, pode diminuir o peso nos
ombros da política monetária",
afirma Barros.
Inflação
Economistas estimam que os
índices desta semana indicarão
desaceleração da alta de preços.
Hoje sai o IGP-M de dezembro,
que deverá apontar aumento de
3,4%, contra 3,8% do mesmo período em novembro. Amanhã será a vez do IPC-Fipe, que deve ter
elevação de cerca de 2,3%, o que
também indica queda em relação
ao resultado anterior, assim como
o IPCA-15, que deverá sinalizar
redução de alta, apesar da elevação estimada em 2,8%.
Petróleo
A crise política na Venezuela, a
tensão entre Estados Unidos e
Iraque e, em menor medida, o
anúncio de corte da produção da
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo) podem
continuar a pressionar as cotações da commodity.
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