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Patrimônio de fundos com recursos do FGTS dobra em nove meses
Rendimento da Vale já supera 100%
SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE
Quem entrou em março nos
fundos da Vale do Rio Doce vai
ter um Natal inesquecível. O rendimento já supera 100%. Foi a
melhor decisão de investimento
de 2002 para os 800 mil trabalhadores que aplicaram recursos do
FGTS nas ações da mineradora.
Segundo o último levantamento
da Anbid (Associação Nacional
dos Bancos de Investimentos), os
fundos de privatização Vale do
Rio Doce com recursos próprios
acumulam ganhos de 102,62%.
Há casos acima dessa média, como os fundos do Bradesco e do
BCN do tipo "recursos próprios",
que dão rendimento acima de
105%. Já os fundos Vale-FGTS
rendem 97,78% nos nove meses
de existência, enquanto os fundos
de migração de Petrobras para
Vale acumulam valorização de
87,65%. Quem participou da oferta pública da Vale comprou o papel por R$ 54,42, incluindo os 5%
de desconto dados pelo governo.
No último dia 11 (quarta-feira
passada), a ação ordinária da Vale
bateu um recorde na Bovespa.
Atingiu a cotação máxima de R$
110 e fechou a R$ 109, o maior valor da história do papel na Bolsa e
o mais que o dobro em relação ao
preço da oferta pública.
Esse otimismo das corretoras da
Bolsa com a mineradora tem motivos: a Vale só dá notícia positiva.
Com o dólar elevado, a exportadora de minério de ferro vitamina
suas receitas na hora de transformar a moeda americana em reais.
Além disso, a companhia se
aproveita da maior demanda de
seus clientes -inclusive no mercado interno. O Brasil fechará
2002 batendo recorde de produção de aço, segundo o IBS (Instituto Brasileira de Siderurgia).
No relacionamento com os investidores, também não há queixas. Relatórios de bancos internacionais costumam destacar o nível de governança corporativa da
mineradora e colocam o papel da
empresa brasileira como um das
principais estrelas estrangeiras
negociadas em Wall Street.
A experiência positiva dos cotistas da Vale pode favorecer o mercado brasileiro de ações, segundo
analistas, pois reduz os mitos de
que aplicar na Bolsa só dá prejuízo e apenas negócio de especuladores ou de ricos.
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