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MERCADO TENSO
Dow Jones recua 2,05%, apesar de queda nas vendas do varejo nos EUA
Bolsa de NY ignora retração e cai
da Redação
Os indicadores norte-americanos que refletem o nível de consumo no país ficaram abaixo do esperado. Segundo dados divulgados ontem pelo Departamento de
Comércio dos Estados Unidos, as
vendas de varejo cresceram 0,3%
em janeiro, contra um crescimento de 1,7% em dezembro.
No entanto, a esperada alta das
Bolsas -que refletiria a credibilidade do mercado em relação ao
desaquecimento da economia
norte-americana- não aconteceu.
O índice Dow Jones (que reúne
as ações mais negociadas em Nova York) caiu 2,05% ontem.
A explicação para um movimento diferente do que o previsto
está no fato de o mercado ter interpretado os dados como resultado de fatores sazonais -no caso, as festas de fim de ano, o inverno forte que abala o país e a queda
das compras on line.
Com essa interpretação, o mercado sinaliza que não crê que a
economia norte-americana está
desacelerando seu ritmo.
Carros aquecidos
Nos dados de vendas de varejo,
os carros foram o destaque. A
venda de veículos cresceu 2,3%
em janeiro, depois de já ter subido
1,4% em dezembro.
As vendas das lojas ganharam
0,8% em janeiro, caindo de um
ritmo de crescimento de 1,1% em
dezembro.
O setor de varejo de alimentos
caiu 2,2%, contra um crescimento
de 3,2% no mês anterior.
Os vários problemas com o comércio eletrônico -principalmente o atraso na entrega dos
produtos comprados e uma crescente onda de insegurança dentro
da rede mundial- são apontados
pelos analistas como desestimuladores do comércio.
Credibilidade
A produtividade dos trabalhadores norte-americanos cresceu
2,9% em 99. O resultado foi o melhor desde 1992, segundo divulgou nesta semana o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos.
O custo de uma hora trabalhada
também registrou no último trimestre de 99 o maior recuo dos
últimos quatro anos, chegando a
-1%.
A importância desse indicador
para a economia norte-americana
está no fato de que o produto industrializado tem condições de
chegar ao mercado com preços
atraentes, afastando a inflação.
Pelo menos essa tem sido a lógica usada por Alan Greenspan,
presidente do Federal Reserve
(banco central norte-americano),
para explicar sua tendência de
elevar as taxas básicas de juros ou
mantê-las no mesmo nível.
No entanto, o mercado parece
ter se esquecido desses dados e
aposta novamente em uma alta de
juros, fazendo a Bolsa cair.
Novamente as atenções do mercado se voltam às taxas de juros,
que podem subir novamente no
dia 21 de março, data da próxima
reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve.
As taxas de juros atuam como
um mecanismo capaz de regular
o crescimento da economia e o
fluxo do capital a ser aplicado nas
Bolsas de Valores. Isso explica por
que seu valor causa repercussão.
A alta de 0,25 ponto percentual
nas taxas de juros norte-americanas em fevereiro foi um sinal de
que o Fed achou necessário conter a expansão dos Estados Unidos, que entrou há duas semanas
em seu 107� mês de crescimento
contínuo.
(Com agências internacionais)
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