São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2000


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MERCADO TENSO
Dow Jones recua 2,05%, apesar de queda nas vendas do varejo nos EUA
Bolsa de NY ignora retração e cai

da Redação

Os indicadores norte-americanos que refletem o nível de consumo no país ficaram abaixo do esperado. Segundo dados divulgados ontem pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, as vendas de varejo cresceram 0,3% em janeiro, contra um crescimento de 1,7% em dezembro.
No entanto, a esperada alta das Bolsas -que refletiria a credibilidade do mercado em relação ao desaquecimento da economia norte-americana- não aconteceu.
O índice Dow Jones (que reúne as ações mais negociadas em Nova York) caiu 2,05% ontem.
A explicação para um movimento diferente do que o previsto está no fato de o mercado ter interpretado os dados como resultado de fatores sazonais -no caso, as festas de fim de ano, o inverno forte que abala o país e a queda das compras on line.
Com essa interpretação, o mercado sinaliza que não crê que a economia norte-americana está desacelerando seu ritmo.

Carros aquecidos
Nos dados de vendas de varejo, os carros foram o destaque. A venda de veículos cresceu 2,3% em janeiro, depois de já ter subido 1,4% em dezembro.
As vendas das lojas ganharam 0,8% em janeiro, caindo de um ritmo de crescimento de 1,1% em dezembro.
O setor de varejo de alimentos caiu 2,2%, contra um crescimento de 3,2% no mês anterior.
Os vários problemas com o comércio eletrônico -principalmente o atraso na entrega dos produtos comprados e uma crescente onda de insegurança dentro da rede mundial- são apontados pelos analistas como desestimuladores do comércio.

Credibilidade
A produtividade dos trabalhadores norte-americanos cresceu 2,9% em 99. O resultado foi o melhor desde 1992, segundo divulgou nesta semana o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos.
O custo de uma hora trabalhada também registrou no último trimestre de 99 o maior recuo dos últimos quatro anos, chegando a -1%.
A importância desse indicador para a economia norte-americana está no fato de que o produto industrializado tem condições de chegar ao mercado com preços atraentes, afastando a inflação.
Pelo menos essa tem sido a lógica usada por Alan Greenspan, presidente do Federal Reserve (banco central norte-americano), para explicar sua tendência de elevar as taxas básicas de juros ou mantê-las no mesmo nível.
No entanto, o mercado parece ter se esquecido desses dados e aposta novamente em uma alta de juros, fazendo a Bolsa cair.
Novamente as atenções do mercado se voltam às taxas de juros, que podem subir novamente no dia 21 de março, data da próxima reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve.
As taxas de juros atuam como um mecanismo capaz de regular o crescimento da economia e o fluxo do capital a ser aplicado nas Bolsas de Valores. Isso explica por que seu valor causa repercussão.
A alta de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros norte-americanas em fevereiro foi um sinal de que o Fed achou necessário conter a expansão dos Estados Unidos, que entrou há duas semanas em seu 107� mês de crescimento contínuo.


(Com agências internacionais)

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