São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2000


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COMMODITIES
Barril chegou a ser cotado a mais de US$ 28 durante o dia; produção de petróleo cresce em janeiro
Preço do petróleo é o maior em 3 anos

CÁTIA LASSALVIA
da Redação

Os preços do barril de petróleo do tipo brent subiram ontem, chegando ao mais alto nível durante o dia -US$ 28,19 o barril- desde 1991, quando ocorreu a Guerra do Golfo.
No entanto, os preços caíram no fechamento e o petróleo encerrou o dia sendo cotado a US$ 27,84 o barril. No dia anterior, o petróleo havia fechado em US$ 27,45.
Apesar disso, a Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou ontem que a produção de petróleo mundial foi aumentada em 630 milhões de barris em janeiro, atingindo um total de 74,6 bilhões de barris no mês.
Em seu relatório mensal, a AIE atribui o aumento da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ao Iraque.
Esta foi a primeira vez desde outubro que as exportações iraquianas de petróleo não foram interrompidas durante o mês.

Outros países
Em janeiro, os países da Opep (exceto o Iraque) respeitaram a porcentagem de cotas, fixada em março do ano passado, quando os preços do produto nos mercados mundiais caíram para perto dos US$ 10 o barril.
Os países produtores querem se beneficiar da alta do preço para aumentar sua receita com as exportações.
O inverno no Hemisfério Norte, que aumenta a demanda pelo produto, era considerado um fator preocupante, pois poderia também elevar os preços para mais de US$ 30 o barril.
A alta do petróleo reacende o temor de inflação que poderia provocar uma recessão mundial. Em defesa da estabilidade de preços, bancos centrais dos EUA e da Europa não vão hesitar em elevar seus juros ainda mais este ano.
O Brasil pode ser atingido tanto pela própria alta do petróleo quanto pela elevação dos juros globais, que aumentam os custos de financiamento e obrigam o país a subir as taxas domésticas para contornar o crescimento das externas.
O petróleo alcançou, em termos reais, o nível mais baixo em 25 anos, sendo cotado a US$ 10 no final de 98. A Opep quer evitar que isso se repita e controla a oferta do produto.
A queda do preço, iniciada em 97, ocorreu devido a uma combinação de fatores: excesso de oferta, diminuição da demanda pelos países atingidos pela crise da Ásia e inverno menos rigoroso no Hemisfério Norte.
A Opep quis deter o recuo em 98 reduzindo as cotas de produção. Na época, poucos países cumpriram o estabelecido- o contrário do que acontece hoje.


Com agências internacionais

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