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AVIAÇÃO
Vasp demite 110 pessoas, corta vôos e aeronaves
EDUARDO CUCOLO
da Reportagem Local
A Vasp anunciou ontem o cancelamento de dois dos cinco
vôos da rota São Paulo-Nova
York-Toronto e a demissão de
110 funcionários. A demissão
atinge 60 comandantes e 50 comissários de bordo.
As medidas são parte dos planos da empresa para reduzir
custos e economizar R$ 10 milhões por mês.
Os funcionários demitidos
pertenciam às tripulações dos
quatro aviões MD-11 que eram
alugados pela empresa e que estão sendo devolvidos às companhias locadoras.
A empresa alega que, após a
desvalorização do real, o movimento nessas rotas caiu muito.
Com essa decisão, a Vasp reduz pela metade o número de
aeronaves utilizadas em suas rotas internacionais.
Churrasco
O presidente da Vasp, Wagner
Canhedo, prometeu pagar todas
as dívidas da empresa e pediu a
união dos funcionários contra
os ataques que a companhia
vem sofrendo das concorrente e
da imprensa.
O anúncio foi feito durante um
churrasco organizado por funcionários da empresa.
Canhedo disse que as dificuldades financeiras fazem parte
apenas de um momento difícil, e
que será superado. Ontem, a
Vasp pagou R$ 1,4 milhão à Infraero relativas às tarifas por serviços aeroportuários.
Assembléia
Algumas horas após o churrasco, outros funcionários da
empresa se reuniram em assembléia para protestar contra a
pressão que a empresa estaria fazendo sobre os empregados para
que eles assinassem um pedido
de licença não remunerada por
um ano, alegando problemas
particulares.
A ACV (Associação dos Comissários de Bordo da Vasp)
acusa a Vasp de ter convocado,
nos últimos dois dias, 80 dos
1.300 comissários para que eles
aderissem a essa "solução".
"Decidimos que ninguém
mais vai assinar", diz a diretora
da ACV, Sandra Maria.
A assessoria da empresa nega
que qualquer funcionário tenha
sido obrigado a assinar essas declarações e classifica a acusação
de fantasiosa.
A ACV se reunirá novamente
na próxima segunda e espera ser
recebida pelo presidente da empresa após à nova assembléia.
Os funcionários dizem que a
Vasp não estariam respeitando a
cláusula do acordo coletivo que
garante que a redução de pessoal
só pode ser feita se a empresa pagar os encargos.
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