São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2000


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AVIAÇÃO

Vasp demite 110 pessoas, corta vôos e aeronaves

EDUARDO CUCOLO
da Reportagem Local

A Vasp anunciou ontem o cancelamento de dois dos cinco vôos da rota São Paulo-Nova York-Toronto e a demissão de 110 funcionários. A demissão atinge 60 comandantes e 50 comissários de bordo.
As medidas são parte dos planos da empresa para reduzir custos e economizar R$ 10 milhões por mês.
Os funcionários demitidos pertenciam às tripulações dos quatro aviões MD-11 que eram alugados pela empresa e que estão sendo devolvidos às companhias locadoras.
A empresa alega que, após a desvalorização do real, o movimento nessas rotas caiu muito.
Com essa decisão, a Vasp reduz pela metade o número de aeronaves utilizadas em suas rotas internacionais.

Churrasco
O presidente da Vasp, Wagner Canhedo, prometeu pagar todas as dívidas da empresa e pediu a união dos funcionários contra os ataques que a companhia vem sofrendo das concorrente e da imprensa.
O anúncio foi feito durante um churrasco organizado por funcionários da empresa.
Canhedo disse que as dificuldades financeiras fazem parte apenas de um momento difícil, e que será superado. Ontem, a Vasp pagou R$ 1,4 milhão à Infraero relativas às tarifas por serviços aeroportuários.

Assembléia
Algumas horas após o churrasco, outros funcionários da empresa se reuniram em assembléia para protestar contra a pressão que a empresa estaria fazendo sobre os empregados para que eles assinassem um pedido de licença não remunerada por um ano, alegando problemas particulares.
A ACV (Associação dos Comissários de Bordo da Vasp) acusa a Vasp de ter convocado, nos últimos dois dias, 80 dos 1.300 comissários para que eles aderissem a essa "solução".
"Decidimos que ninguém mais vai assinar", diz a diretora da ACV, Sandra Maria.
A assessoria da empresa nega que qualquer funcionário tenha sido obrigado a assinar essas declarações e classifica a acusação de fantasiosa.
A ACV se reunirá novamente na próxima segunda e espera ser recebida pelo presidente da empresa após à nova assembléia.
Os funcionários dizem que a Vasp não estariam respeitando a cláusula do acordo coletivo que garante que a redução de pessoal só pode ser feita se a empresa pagar os encargos.



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