São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2000


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SEMINÁRIO
México paga menos juros, diz Scheinkman
Mercado externo desconfia do Brasil

da Sucursal do Rio

O governo brasileiro ainda está pagando mais do que o mexicano pela emissão de bônus internacionais porque a comunidade internacional tem dúvidas sobre a capacidade de o país manter um crescimento sustentado.
A opinião é do economista José Alexandre Scheinkman, da Universidade de Princeton (EUA), que participou ontem de seminário promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas, no Rio.
"Uma coisa é um país ter dívida externa e crescer 5% ao ano, como o México, outra é ter dívida e um produto (PIB, produto interno bruto) relativamente estagnado, como o Brasil", disse.
Segundo o economista, o governo brasileiro, para atrair os investidores estrangeiros, está se comprometendo a pagar, no resgate dos títulos, seis pontos percentuais acima do que paga o Tesouro norte-americano, enquanto o México oferece três pontos percentuais acima dos EUA.
"A grande pergunta é se o Brasil tem condições de crescer, não há dúvida de que o ajuste fiscal é bom", disse. Para reverter a estagnação, o economista sugere que a taxa de investimentos do governo passe para 25%, que haja um redirecionamento das verbas para a educação, uma redução nos gastos previdenciários, uma reforma fiscal que desestimule a informalidade e uma maior integração externa.
Ele criticou o fato de um terço dos recursos destinados à educação sustentarem universidades públicas: "O governo tinha a obrigação de subsidiar menos o estudo da classe média".
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, também presente ao seminário, disse que o governo quer, o quanto antes, a adesão total do Chile e da Bolívia ao Mercosul.


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