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SEMINÁRIO
México paga menos juros, diz Scheinkman
Mercado externo desconfia do Brasil
da Sucursal do Rio
O governo brasileiro ainda está
pagando mais do que o mexicano pela emissão de bônus internacionais porque a comunidade
internacional tem dúvidas sobre
a capacidade de o país manter
um crescimento sustentado.
A opinião é do economista José
Alexandre Scheinkman, da Universidade de Princeton (EUA),
que participou ontem de seminário promovido pelo Centro de
Economia Mundial da Fundação
Getúlio Vargas, no Rio.
"Uma coisa é um país ter dívida externa e crescer 5% ao ano,
como o México, outra é ter dívida e um produto (PIB, produto
interno bruto) relativamente estagnado, como o Brasil", disse.
Segundo o economista, o governo brasileiro, para atrair os
investidores estrangeiros, está se
comprometendo a pagar, no resgate dos títulos, seis pontos percentuais acima do que paga o Tesouro norte-americano, enquanto o México oferece três pontos
percentuais acima dos EUA.
"A grande pergunta é se o Brasil tem condições de crescer, não
há dúvida de que o ajuste fiscal é
bom", disse. Para reverter a estagnação, o economista sugere
que a taxa de investimentos do
governo passe para 25%, que haja um redirecionamento das verbas para a educação, uma redução nos gastos previdenciários,
uma reforma fiscal que desestimule a informalidade e uma
maior integração externa.
Ele criticou o fato de um terço
dos recursos destinados à educação sustentarem universidades
públicas: "O governo tinha a
obrigação de subsidiar menos o
estudo da classe média".
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia,
também presente ao seminário,
disse que o governo quer, o
quanto antes, a adesão total do
Chile e da Bolívia ao Mercosul.
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