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Para BC, leilão de banco tem de ter presença de capital externo
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
O presidente do Banco Central,
Armínio Fraga, se posicionou
contra restrições à participação
de grupos estrangeiros no leilão
de privatização do Banespa.
"O nosso setor financeiro vai
muito bem, obrigado", disse Armínio, ontem, após enfatizar que
quem precisa de proteção é a sociedade. O presidente do BC participou do seminário "2000: Cenários", promovido pelo Centro
de Economia Mundial da FGV
(Fundação Getúlio Vargas).
Durante sua palestra, Fraga disse que a polêmica sobre a adoção
de empecilhos à entrada de estrangeiros está calcada em "conceitos equivocados".
"Creio que o setor financeiro
continua bem, competitivo e com
seu espaço, porque é forte e não
precisa de nenhuma proteção."
Armínio disse que o problema
do mercado brasileiro é o elevado
custo do capital (empréstimo), fato levado em conta "por todos os
empresários, sejam eles brasileiros ou estrangeiros", na hora de
analisar o "risco Brasil".
"Temos por objetivo reduzir o
custo de capital no Brasil, para
justamente eliminar o que é uma
desvantagem do empresariado
brasileiro. Mas queremos, ao
mesmo tempo, proteger a sociedade, que é quem precisa de proteção."
Banqueiros nacionais, como
Fernão Bracher (BBA) e Roberto
Setúbal (Itaú), têm defendido a
idéia de que o governo deveria
restringir a participação dos bancos internacionais, entre outros
motivos, porque eles não teriam o
mesmo compromisso com o país.
O economista José Alexandre
Scheinkman, da Universidade de
Princeton (EUA), disse que "vetar
a entrada de estrangeiros é o mesmo que subsidiar grupos nacionais". "Se for assim, é melhor deixar claro no Orçamento qual será
esse subsídio."
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