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Especialista defende parceria com estrangeiros
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Pesquisador de assuntos militares da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), Expedito Bastos diz que a Imbel ainda é viável e
necessária para o país. De acordo
com ele, a saída para a Imbel é fazer parcerias com empresas estrangeiras, estatais ou privadas,
para desenvolver novas tecnologias, já que o governo não dispõe
dos recursos necessários.
"A situação da Imbel é complicada porque ela não tem dinheiro.
É uma empresa que não conseguiu se modernizar, apesar de
ainda produzir coisas importantes para o país, como a munição
de morteiro 120 milímetros e os
fuzis", disse.
"É preciso que sejam injetados
recursos para que ela dê um salto
de qualidade. Mas considero que
isso seja muito difícil no momento, até pela própria situação do
país e das Forças Armadas. Então
a saída para viabilizar a Imbel é fazer associações com empresas estrangeiras, algo que já se tentou
fazer no passado, mas que não
deu resultado."
Bastos se disse "radicalmente
contra" um possível fechamento
das unidades da Imbel. Segundo
ele, é vital que o governo mantenha parte da produção bélica em
suas mãos, já que na iniciativa privada seria mais difícil o aporte de
recursos para o desenvolvimento
de novas tecnologias.
Independência
"O governo não deve perder essas unidades fabris. Se isso acontecer, o governo praticamente encerra a atividade no setor bélico.
Vamos perder a independência
principalmente na área de armas
leves, que é o forte hoje da Imbel.
E vamos precisar importar até fuzis e pistolas", afirma.
Bastos aponta que a decadência
da Imbel começou entre o final da
década de 1980 e o início da década de 1990, com o fim da Guerra
Fria e da corrida armamentista,
que gerou uma retração no mercado de armamentos. Nos anos
anteriores, o Brasil chegou a ser o
oitavo maior exportador de material bélico do mundo.
"Tivemos uma fatia de mercado, exportamos muita coisa, e
ainda existem equipamentos brasileiros no exterior sendo usados,
inclusive em conflitos atuais",
afirma o pesquisador. (FA)
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