São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2005

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Especialista defende parceria com estrangeiros

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Pesquisador de assuntos militares da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), Expedito Bastos diz que a Imbel ainda é viável e necessária para o país. De acordo com ele, a saída para a Imbel é fazer parcerias com empresas estrangeiras, estatais ou privadas, para desenvolver novas tecnologias, já que o governo não dispõe dos recursos necessários.
"A situação da Imbel é complicada porque ela não tem dinheiro. É uma empresa que não conseguiu se modernizar, apesar de ainda produzir coisas importantes para o país, como a munição de morteiro 120 milímetros e os fuzis", disse.
"É preciso que sejam injetados recursos para que ela dê um salto de qualidade. Mas considero que isso seja muito difícil no momento, até pela própria situação do país e das Forças Armadas. Então a saída para viabilizar a Imbel é fazer associações com empresas estrangeiras, algo que já se tentou fazer no passado, mas que não deu resultado."
Bastos se disse "radicalmente contra" um possível fechamento das unidades da Imbel. Segundo ele, é vital que o governo mantenha parte da produção bélica em suas mãos, já que na iniciativa privada seria mais difícil o aporte de recursos para o desenvolvimento de novas tecnologias.

Independência
"O governo não deve perder essas unidades fabris. Se isso acontecer, o governo praticamente encerra a atividade no setor bélico. Vamos perder a independência principalmente na área de armas leves, que é o forte hoje da Imbel. E vamos precisar importar até fuzis e pistolas", afirma.
Bastos aponta que a decadência da Imbel começou entre o final da década de 1980 e o início da década de 1990, com o fim da Guerra Fria e da corrida armamentista, que gerou uma retração no mercado de armamentos. Nos anos anteriores, o Brasil chegou a ser o oitavo maior exportador de material bélico do mundo.
"Tivemos uma fatia de mercado, exportamos muita coisa, e ainda existem equipamentos brasileiros no exterior sendo usados, inclusive em conflitos atuais", afirma o pesquisador. (FA)

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