São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2005

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MERCADO ABERTO

Cade julga cartel na construção civil

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) marcou para depois de amanhã o julgamento de importante processo na área da concorrência: o caso das britas. O processo envolve 19 empresas do setor de pedra britada (usada na construção civil) e o sindicato da categoria, o Sindipedras.
Além de envolver grandes empresas, como os grupos Camargo Corrêa e Holcim, o caso é uma espécie de marco para a área de concorrência no Brasil, já que se trata também da primeira ação por crime de formação de cartel a ser julgada no país -o processo tramita na 27� Vara Criminal do Judiciário de São Paulo.
As empresas envolvidas no caso respondem por 55% do fornecimento de britas à região metropolitana de São Paulo, e o faturamento delas soma R$ 150 milhões ao ano.
Em novembro do ano passado, a SDE (Secretaria de Direito Econômico) encaminhou parecer ao Cade em que pedia a condenação de 19 empresas do setor de britas e do Sindipedras.
A SDE acusa o grupo de formação de cartel, com o objetivo de dividir o mercado, estipular volume de vendas para os consumidores, recusar ou dificultar a venda a clientes inadimplentes, controlar e restringir o aumento da produção, estipulando o aumento de preços.
A SDE considera o caso emblemático, pois teve origem a partir da primeira operação de busca e apreensão a um cartel feita no Brasil, ocorrida em julho do ano passado, em São Paulo. Na época, técnicos da SDE, agentes da Polícia Federal, representantes da Advocacia Geral da União e oficiais de Justiça fizeram uma varredura completa na sede do Sindipedras.
A SDE elaborou seu parecer com base nesse material. A secretaria sugere a condenação das seguintes empresas: Basalto, Embu, Geocal, Holcim, Itapisserra, Iudice, Lafarge, Pedrix, Panorama, Cachoeira, Dutra, Mariutti, Santa Isabel, São Matheus/Lajeado, Sargon, Reago (Camargo Corrêa) e Sarpav e do Sindipedras. Caso as empresas sejam condenadas pelo Cade, elas poderão receber multas que vão de 1% a 30% de seu faturamento anual.

DETALHADO
O secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, Martus Tavares, vai explicar o modelo de gestão do programa prioritário de investimentos do governo paulista em reunião com a diretoria da Abdib (indústria de base) na quarta-feira, na sede da entidade, em São Paulo. No total, são 46 projetos ou programas, que receberão recursos de R$ 12,5 bilhões em 2005 e em 2006. A Abdib vai conhecer como será o processo de gerenciamento do programa de investimentos do governo. No programa, há projetos como a conclusão da segunda fase de despoluição e o rebaixamento da calha do rio Tietê, a despoluição do rio Pinheiros e a construção do trecho sul do Rodoanel.

IMPOSTO MOBILIÁRIO
Os valores gastos por varejistas com impostos para mobiliar e equipar um novo estabelecimento podem representar até 47,5% do investimento. É o que revela estudo da Abiesv (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo), realizado em parceria com a Associação Comercial de São Paulo. Só de IPI, o valor pode representar até 18%, além das despesas com o pagamento de outros tributos, como PIS, Cofins e ICMS, segundo o estudo.

GRAU DE ALEGRIA
A diretoria da Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica) comemorou o fato de a Companhia Vale do Rio Doce ter sido uma das primeiras empresas brasileiras a receber o "investment grade" de uma agência de risco. A Moody's elevou o "rating" da empresa para Baa3. A alegria se explica pelo fato de a Funcef ter 2,5% do patrimônio da Vale do Rio Doce, o que corresponde a aproximadamente 10% dos investimentos totais do fundo.

IMPACTOS DA CRISE
A Internews promove o seminário "Os Impactos da Crise Política no Desempenho da Economia", no dia 1� de agosto, em São Paulo. O debate terá as presenças do deputado Delfim Netto, do secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Eduardo Guardia, e de Luiz Gonzaga Belluzzo.

VOIP ELÉTRICO
A Zultys Technologies acaba de lançar um equipamento VoIP (voz sobre IP) que integra energia elétrica, voz e dados em um só sistema de cabo. O principal benefício da novidade, batizada de EPS24, é a capacidade de evitar a interrupção das conexões em caso de falha no fornecimento de energia elétrica.

VITRINE PARA INGLÊS COMPRAR
Graças aos menores custos de produção e ao efeito cambial, boa parte das vendas da grife Lacoste no Brasil é destinada a estrangeiros. Segundo o diretor-geral da marca no Brasil, Gerson Vaccari, em algumas lojas, como nas do Nordeste e do Rio de Janeiro, as vendas para estrangeiros podem chegar a 40% do faturamento. Na média das lojas, essa fatia é de quase 15%. A queda do dólar afastou um pouco os americanos. "Mas, para os europeus, nossas peças são até 30% mais baratas", diz Vaccari. Atenta a esse público, a empresa investe na contratação de funcionários que falem inglês e espanhol. A previsão da empresa é abrir seis novas lojas neste ano. O faturamento deve crescer cerca de 20% em comparação ao ano passado.

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